O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o decreto que determina 25% de taxação para as importações de aço e alumínio para o país. O documento foi assinado nesta segunda-feira (10), em medida que já havia sido sinalizada pelo republicano no domingo (9).

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O Brasil, ao lado de países como México e Canadá, pode ser um dos países mais afetados pelas novas tarifas. A taxação de produtos estrangeiros, contudo, faz parte da estratégia anunciada já na campanha de Donald Trump, para priorizar a indústria norte-americana.

— Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas — afirmou Trump.

— Este é o primeiro de muitos. E você sabe o que quero dizer com isso? Outros assuntos, tópicos, proteger nossas indústrias de aço e alumínio é essencial. Simplificando: nossas tarifas sobre aço e alumínio, para que todos possam entender exatamente o que é: 25%, sem exceções. E isso vale para todos os países, não importa de onde venha — completou.

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Trump reforçou que o imposto será somente para importação, e que uma “alternativa” para que as empresas tenham tarifa zero é trazerem filiais e produção para dentro dos Estados Unidos.

— Não precisamos de outro país. Por exemplo, o Canadá. Vamos trazer de volta as indústrias, e vamos trazer de volta nossos empregos, e vamos tornar a indústria americana grande novamente”, disse Trump.

Já neste domingo, a nova tarifa foi adiantada em uma entrevista do presidente a jornalistas, a caminho do Super Bowl 2025.

Impactos para o Brasil

Atualmente, cerca de 25% do aço usado nos Estados Unidos é importado, segundo o Departamento do Comércio. A maior parte vem dos países vizinhos, como México e Canadá, ou de aliados na Ásia.

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Ainda, metade do alumínio utilizado no país também é importado, sendo o Canadá o principal fornecedor do produto.

No ano passado, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos em volume, segundo dados do Departamento de Comércio americano, atrás apenas do Canadá.

Em 2023, os Estados Unidos compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço, segundo o governo brasileiro.

A intenção de taxar os produtos, contudo, não é de hoje. No primeiro mandato de Trump, o presidente também tentou taxar o aço e o alumínio importados para os EUA. Outras tarifas e restrições para a importação foram criadas, mas retiradas posteriormente.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nessa segunda-feira que iria aguardar “decisões concretas” antes de se manifestar ou anunciar respostas ao aumento de tarifas.

— O governo tomou uma decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos. Então, o governo vai aguardar a decisão oficialmente, antes de qualquer manifestação — afirmou Haddad.

Ainda em janeiro, o presidente Lula afirmou que se o governo americano decidisse criar ou elevar tarifas sobre os produtos brasileiros, haveria “reciprocidade” — ou seja, aumento da taxação o Brasil para importar produtos norte-americanos.

O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, foi procurado pelo g1, mas não comentou a nova medida. Também procurada, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) não se manifestou.

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*Com informações do g1

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