A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira uma reforma da zona do euro para lutar contra futuras crises econômicas, um plano muito menos ambicioso que o proposto por países como a França para dar um novo estímulo ao bloco.

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“Este não é o final do caminho em nossos planos para reforçar o euro. Vamos nos basear nos progressos realizados para seguir trabalhando no próximo ano”, disse o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, após 18 horas de negociações.

Depois de superar a crise da dívida, da qual alguns efeitos como o desemprego ainda persistem, e e um contexto de incerteza sobre o Brexit, a UE busca dotar as autoridades de uma caixa de ferramentas mais eficiente em choques para a economia europeia.

Os ministros das Finanças, reunidos sem o representante britânico em consequência do Brexit, alcançaram após meses de discussão uma reforma de mínimos, que deixa de fora ideias como a criação do cargo de superministro das Finanças da Eurozona ou de uma espécie de Fundo Monetário Europeu.

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“Temos um bom resultado. A reforma da zona do euro avança com passos decisivos”, tuitou o ministro alemão Olaf Schoz, enquanto o francês Bruno Le Maire celebrou a superação de uma “etapa importante que reforçará consideravelmente a zona do euro”.

Alemanha e França, as principais economias do bloco, chegaram a um acordo antecipado sobre as reformas, mas o processo ficou estagnado com a perda de força do governo alemão de Angela Merkel e do ma-estar provocado pelo pacto entre os países menores do bloco, liderados pela Holanda.

– Novas discussões em 2019 –

A Holanda foi, sem surpresas, o país mais reticente à criação de um orçamento da zona do euro, ao lado de vários Estados do norte da Europa. A ideia era defendida pelo presidente francês, Emmanuel Macron.

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O consenso sobre a criação de uma capacidade fiscal para enfrentar crises, que deve ser aprovada pelos governantes durante uma reunião na próxima semana ao lado das demais reformas, é muito menos ambicioso que o projeto francês.

A proposta final vincula esta capacidade fiscal ao reforço das reformas exigidas pela UE e não como uma ajuda para sobreviver a uma desaceleração econômica inesperada, como pretendia a França.

Outra proposta controversa é o avanço da União Bancária com a criação de um sistema europeu de garantia de depósitos, que tinha a forte oposição da Alemanha.

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Berlim temia que os correntistas alemães acabassem pagando pelo resgate de instituições do sul da Europa, vistos como mal administrados e imprudentes.

Os ministros europeus concordaram em discutir a questão novamente em junho de 2019.

A respeito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), responsável pela ajuda aos países em crise, os ministros concordaram em estabelecer uma nova função: credor de última instância em caso de uma crise que afete os grandes bancos europeus.

A reforma da Eurozona, que tem 19 países, é uma das frentes abertas para dar um novo estímulo ao bloco após a saída do Reino Unido em 29 de março e que passa, essencialmente, por reforçar sua segurança e a proteção das fronteiras.

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* AFP

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