O mundo nunca mais verá uma Copa como foi o Mundial no Catar. Um país tão pequeno sediar o maior evento de futebol do planeta não deve se repetir novamente. Ainda mais que agora o número de seleções participantes vai aumentar, passando de 32 nações para 48. As próximas candidaturas são em conjunto. Mais de um país querendo receber a grandeza da Copa.

Continua depois da publicidade

Receba notícias do DC via Telegram

Por isso, ter tantas nações em um espaço tão pequeno é algo enriquecedor. Principalmente para o público local. Os árabes gostam da festa, da bagunça. Mas os cataris são mais reticentes quanto a isso.

Nos primeiros dias, procedimentos padrões de segurança implacáveis. Nada podia sair do roteiro. Não podíamos andar um passo fora do limite permitido por eles. Mas, agora, na reta final, os próprios policiais aprenderam a lidar com situações que fogem do controle: a explosão de uma torcida e levantar os sheiks em comemoração na saída de um estádio, por exemplo.

O print é eterno! Patrocinadora anuncia camisa da França com três estrelas e apaga depois

Continua depois da publicidade

Os motoristas de aplicativo sempre falaram a real. Todos eles imigrantes. De Bangladesh, Índia, Filipinas… Perguntei a alguns se eram felizes aqui:

– Sim, a gente trabalha muito. Mas o país é muito organizado e temos emprego. Claro que sinto saudade da Índia, mas já me sinto em casa aqui – respondeu um motorista indiano.

Venda de cerveja é proibida nas proximidades dos estádios da Copa no Catar

Esse sentimento de pertencimento dos imigrantes ao Catar é forte. O Rash Santos, sim, com sobrenome bem latino, exaltou o rei na hora que falou comigo em entrevista sobre o Catar:

– Consegui ver as mudanças desse país para a Copa. Você não imagina o que aconteceu em 10 anos. É a maior Copa de todos os tempos. Rezo para que o rei tenha vida longa, ele transformou esse país – explicou Rash.

Continua depois da publicidade

Copa do Mundo: França busca tri com 10 jogadores campeões em 2018 e o técnico

No Souq Wafiq, o mercado público de Doha, perguntei a um vendedor de roupas árabes sobre o que eles aprenderam com a Copa do Mundo:

– O jeito que vocês amam o futebol é incrível. Em dia de jogos da Argentina, do México e do Brasil, esse mercado virava uma grande festa. Cantoria, música, dança para todos os lados. É bonito ver essa paixão pelo futebol – disse.

Trio polonês comanda arbitragem na final da Copa do Mundo

Se mostramos um pouco de como é torcer de verdade, aprendemos a respeitar um lugar tão temido. O “nada pode” se transformou a um “tudo pode, com respeito”. As únicas coisas que os cataris não abriram mão na Copa foi o consumo de álcool em público. Mesmo que em vários bares e hotéis isso fosse permitido. E também a demonstração de afeto em outros locais.

– Fomos numa balada aqui em Doha, e eu estava beijando minha namorada. Não demorou muito e um segurança veio falar que aquilo era proibido. Pediu para pegarmos leve – contou o brasileiro Mateus Bastos, em um dos esquentas do Brasil.

Continua depois da publicidade

Veja vídeo e fique por dentro de tudo sobre a Copa no Catar:

Se beijar na boca e beber cerveja é uma missão complicada por aqui, sentir-se seguro é algo comum. Nas ruas, de madrugada, no metrô, na muvuca do estádio. Ninguém parece hostil:

– O povo é muito amigável. Foram 32 seleções em um país muito pequeno. Eu me senti acolhido, seguro e estou muito feliz de estar aqui – avaliou um torcedor holandês.

Faraco: “Argentina é coração; França é precisão”

A Copa também serve como propaganda para os árabes. Em todos os pontos turísticos, homens e mulheres passam entregando panfletos (acompanhados de chá e comida) sobre o islamismo. “Erros mais comuns ao falar do Islam”, ou “O que é o Islamismo”. Uma propaganda dos mulçumanos sobre a religião que predomina no país.

É bem provável que nunca mais todos os países que disputam uma Copa do Mundo vão se reunir em um espaço tão pequeno. Quem viveu a Copa no Catar, sabe o quão especial ela foi.

Continua depois da publicidade

Leia também:

Fifa anuncia Mundial de Clubes com 32 equipes a partir de 2025

Final do mundial terá dois camisas 10 do mesmo time pela primeira vez na história

Campeão da Copa do Mundo vai faturar mais de R$ 200 milhões; veja as premiações

Destaques do NSC Total