Muitos adultos apontam que os jovens da geração Z tem uma relação prejudicial com a tecnologia. Segundo eles, a tecnologia os afasta do mundo real e limita o desenvolvimento psicológico e social. Mas, o que eles não sabem é que os próprios jovens também expressam preocupações em relação a tecnologia.
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Uma pesquisa de 2023, conduzida pela Harris Poll em parceria com uma equipe de pesquisa do The New York Times, mostrou que 80% dos adultos da Geração Z (aqueles nascidos a partir de 1997) se dizem preocupados com a dependência excessiva da tecnologia em sua geração.
Segundo o jornal, 60% dos adultos da Geração Z disseram que gostariam de viver em uma época em que todos não estivessem “conectados”, um período anterior até mesmo ao nascimento deles.
Saudades de tempos que antecedem a própria vida
Tendências de consumo reforçam esse cenário de sentir saudades de coisas e tempos que não vivemos: o aumento nas vendas de discos de vinil, CDs, livros físicos e jogos de tabuleiro não vem apenas de adultos mais velhos em busca de lembranças da juventude. Jovens que cresceram no mundo digital também impulsionam esse movimento retrô.
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A nostalgia costuma ter má reputação, sendo vista como uma fixação no passado idealizado que impede as pessoas de viver o presente. Mas uma ampla gama de estudos, incluindo experimentos de laboratório e pesquisas com milhares de pessoas ao redor do mundo, indica que memórias nostálgicas podem ser fonte de conforto, orientação e inspiração.
Ou seja, a nostalgia não é apenas um olhar para trás. Ela pode ajudar as pessoas a lidar com insatisfações do presente e a projetar um futuro mais promissor.
“Gen Z” ou a Geração Z
O estudo mostrou que jovens adultos exploram o passado para valorizar experiências fora do mundo virtual. Um usuário de mídia social, por exemplo, contou ter comprado “um grande álbum de fotos e uma impressora de alta qualidade” depois de saber que gerações anteriores reuniam lembranças em álbuns físicos para compartilhar com familiares e amigos.
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Para complementar, uma pesquisa com mais de 2 mil adultos nos Estados Unidos foi realizada pela equipe do jornal. Os resultados indicaram que 68% dos jovens da Geração Z sentem nostalgia de períodos anteriores ao nascimento, 73% se interessam por mídias, estilos e hobbies dessas épocas e 78% gostariam que novas tecnologias incorporassem elementos de design e ideias do passado.
Exemplos não faltam. Ouvir um disco de vinil inteiro ensina foco, não é possível pular faixas com um clique ou trocar de álbum instantaneamente. Uma noite de jogos de tabuleiro com amigos pode aumentar a confiança e o conforto em ambientes sociais. Até uma caminhada longa sem checar o celular pode reforçar a sensação de autonomia.
Isso não significa que a Geração Z rejeite as inovações digitais. Pesquisas do nosso laboratório mostram que, em geral, eles têm uma visão positiva sobre a vida online. Mas o progresso também envolve revisão e equilíbrio.
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A nostalgia histórica pode estar ajudando essa geração a aproveitar os avanços tecnológicos sem abrir mão das experiências físicas e tangíveis, essenciais para o desenvolvimento humano.
*Sob supervisão de Pablo Brito
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