Bom dia! O Café com Ânderson está servido, nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025. Leia abaixo:

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Espalhou-se

A crise bolsonarista, iniciada dias atrás em Santa Catarina por conta da pré-candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado, ganhou proporção nacional. O assunto espalhou-se por diferentes estados e tomou espaço nas redes sociais dos principais nomes do bolsonarismo. A entrevista da deputada estadual Ana Campagnolo a uma rádio de São Bento do Sul, há duas semanas, causou um estremecimento digno de preocupação entre as principais lideranças do PL. Como a coluna já registrou, na entrevista a deputada não fez afirmações fortes ou algo do gênero, mas isso já foi o suficiente para abalar as bases de sustentação de Jair Bolsonaro.

Mas por quê?

O grande ponto é que o posicionamento de Ana Campagnolo acabou revelando a base principal do bolsonarismo: o movimento não existe para proteger qualquer pessoa que esteja abaixo dele. O movimento existe para proteger a família Bolsonaro. Quando alguém tenta questionar isso, como sinalizou Ana ao defender o nome de Caroline de Toni para o Senado e pedir diálogo na entrada de Carlos em Santa Catarina, torna-se alvo, mesmo que esse alguém seja uma referência do bolsonarismo local, como é o caso da deputada catarinense. E mesmo que isso signifique problemas para o PL local, como ocorre em SC, que já tinha nomes para a disputa. O núcleo bolsonarista não pensa em questões partidárias; ele pensa em proteger-se.

Sem questionamentos

A conservadora Ana Campagnolo entrou na mira de influenciadores bolsonaristas de várias partes do paíss, nomes que atuam dentro da lógica de que uma ordem de Bolsonaro não deve ser questionada. Entendem que, como ele elegeu deputadas, deputados, senadores, senadoras, governadores e governadoras Brasil afora, deve ser ouvido e ter suas indicações acatadas.

Como assim?

A “insurgência” da deputada catarinense, portanto, tentou romper essa lógica sob o argumento de que a política local se faz com diálogo, sob o risco de nomes locais de peso, como o de Caroline de Toni, deixarem o PL. Assim, a repercussão foi nacional. É como se o movimento bolsonarista questionasse, em alto e bom som: “Como assim algum dos nossos ousa questionar Jair?”. Justamente por isso, movimentos que colocam em xeque decisões vindas de cima são raros. O governador Jorginho Mello (PL), por exemplo, mesmo estando numa saia-justa apertadíssima no cenário do Senado, não entrou em conflito publicamente. Em entrevistas, apenas acatou a ordem vinda do ex-presidente.

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Bombeiro

Coube ao senador Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o discurso apaziguador, na sexta-feira (7), em meio à guerra de versões no núcleo bolsonarista. Ele elogiou Ana Campagnolo, adotou um tom ameno e fez com que, no fim de semana, os ânimos ficassem mais controlados.

Rusgas

Em Blumenau, no encerramento da Rota 22, evento organizado nacionalmente pelo PL para mobilizar a base para 2026, Jorginho ficou sentado entre o senador Jorge Seif e Ana, que protagonizaram uma briga pública na semana passada. Os rostos não eram de bons amigos durante o evento. Horas antes, numa live entre Ana e a deputada federal Julia Zanatta, Seif chegou a entrar para participar, mas a deputada estadual se recusou a continuar e saiu da transmissão.

Vai para a Alesc

Dentro do pacotão de projetos que o governo Jorginho enviará à Assembleia Legislativa (Alesc) nas próximas duas semanas, deve estar também a proposta que cria o programa Voa +SC. O texto traz a intenção do governador de fortalecer a aviação regional, utilizando os aeroportos menores em diversas cidades do Estado.

Quem paga

A grande dúvida é sobre como o governo do Estado tornará a operação dos voos regionais atrativa para as empresas. Como o custo é alto, há quem defenda que o próprio Estado banque parte das operações. Resta saber o tamanho do custo e a real necessidade desse investimento.

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Pré-candidata

A vereadora de Florianópolis Carla Ayres (PT) vai lançar sua pré-candidatura a deputada federal no dia 16 de novembro. Em 2022, ela fez 39.609 votos na mesma disputa e ficou como primeira suplente do PT-SC na Câmara dos Deputados.