O corte de bolsas do programa Bolsa-Estudante em Santa Catarina gerou repercussões públicas desde noite de sexta-feira (24), quando governo do Estado publicou o novo edital do projeto. Como a coluna trouxe em primeira mão, o número de bolsas disponíveis caiu de até 60 mil em 2022 para 10 mil em 2023, uma redução de 83%. A deputada Luciane Carminatti (PT), que preside a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa (Alesc), foi a primeira a reagir. Nas redes sociais, ela demonstrou descontentamento com o corte.

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Governo de SC lança edital do Bolsa-Estudante com redução de 83% no número de bolsas

À coluna, ela disse que ficou “muito preocupada”. Segundo parlamentar, é “como se a gente tivesse que olhar pra 6 estudantes que estão utilizando a bolsa e escolher 1”. Carminatti lembrou que a política pública do Bolsa-Estudante chegou para reduzir a evasão escolar.

– Eu quero destacar que os números oficiais ainda não foram divulgados, mas mesmo com a implantação da bolsa estudante em 2022, mesmo assim nós tivemos preliminarmente falando, um índice alto de evasão, em torno de 13% se não me falha a memória. Já comecei a receber mensagens de servidores inclusive da área social, ligados ao CRAS, que acompanham também a implantação desse programa, e já dizendo, olha, o que a gente vai dizer pra esses jovens, pra essas famílias. Muitos vão abandonar a escola, ter que trabalhar e aí a gente tem outro agravante, que o ensino médio ele tem uma carga horária maior então muitos estudantes que poderiam trabalhar no contraturno, não podem mais e agora não terão bolsa também.

Carminatti diz que vai provocar esse debate sobre o debate e alega que “não teve nenhuma justificativa pública sobre isso”. Um dos questionamentos será sobre o corte do ensino médio, destinado a pessoas de baixa renda, enquanto haverá o fortalecimento da ideia da universidade pública 100% gratuita: “ok, mas o aluno não tem que sair do ensino médio pra chegar nessa universidade? e não é o aluno pobre que tem que sair do ensino médio pra chegar nessa universidade 100% gratuita?”.

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A posição da deputada revela que, na próxima semana, este assunto deve dominar a pauta política na Alesc e dar dor de cabeça ao governo Jorginho Mello. O corte já é tratado também nos bastidores por outros parlamentares.

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