Foram quase dois anos ileso. O vírus havia passado por toda a família, em diferentes períodos, mas nas últimas semanas chegou com força em quem não havia se contaminado e até mesmo em quem já tinha passado por maus bocados. Por aqui tive quatro dias mais difíceis.
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Sempre me preocupei com a falta de ar. Ouvi relatos pesados de quem enfrentou a Covid antes da vacina chegar. Em todos eles as pessoas contavam sobre a dificuldade para respirar. Era o que me assustava.
Mas enfrentei a doença protegido. Foi poucos dias antes da data de tomar a terceira dose, talvez por isso para mim tenha sido mais forte do que para a minha esposa, que já havia feito o reforço. Com as duas doses no corpo, fiquei longe da temida falta de ar. O que teve foi fadiga e dores que se espalhavam conforme o dia. Era na cabeça, nas pernas, nos braços, nas costas. Uma mistura de sensações que jamais havia sentido com outras doenças.
Quando a gente se contamina é que percebe a complexidade dessa doença que matou mais de 630 mil pessoas no Brasil. Não que eu duvidasse de qualquer coisa antes, pelo contrário. A vivência, contudo, nos dá uma visão diferente e cheia de temores. O meu destino foi diferente daquele levou muita gente por conta do coronavírus. E não tenho dúvida de que foi graças à vacina.
Por isso que não deveria haver discussão sobre imunização. Ela é urgente e necessária. Seja para crianças, adolescentes ou adultos. É o que salva vidas, foi o que me permitiu não enfrentar os piores sintomas e me deixou escrever este texto.
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Ninguém deveria chegar ao leito do hospital para refletir sobre a necessidade da vacinação. Espalham-se relatos de médicos que atenderam casos em que pacientes demonstram arrependimento por não terem se vacinado. Talvez esse seja um dos piores arrependimentos a se ter na vida. Estar com a melhor opção de graça e por perto, mas mesmo assim negar. Não passei por isso, e espero que ninguém mais tenha que passar.