Investigação do Ministério Público de São Paulo traz uma radiografia atual da facção paulista que atua em 23 Estados brasileiros e busca espaços em Santa Catarina. O documento do MP foi tema de reportagem do Jornal Nacional no último sábado e do NSC Notícias de ontem à noite. Nele, além de outras informações, consta a intenção do grupo de expandir as atividades em terras catarinenses. São 569 páginas na denúncia enviada à Justiça. Segundo trecho do material, o grupo tem interesse no crime organizado da região por causa do porto de Itajaí, de onde se pretende enviar fartas remessas de drogas para a Europa em contêineres. Mas, ponderam os criminosos paulistas em cartas apreendidas na Penitenciária II de Presidente Venceslau (SP), uma facção catarinense impede o avanço no Estado.

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Ordens

Em outro trecho do relatório, uma carta apreendida mostra a intenção inicial de um dos coordenadores da facção de enviar armas para os comparsas em SC, mas "não foi possível porque mandaram para o Ceará", conforme o detento. Reflexo das ordens vindas de cadeias paulistas para os integrantes catarinenses está em um bilhete escrito por outro líder do grupo. Segundo ele, os comparsas que não estavam presos deveriam barbarizar com atos de rua de grande repercussão, com cuidado para não serem presos. Depois disso, a facção conseguiu enviar armamento para SC por conta da guerras do grupo com a rival catarinense.

Ataques

O comando da facção sugeriu ataques em SC com o objetivo de forçar a remoção de presos da organização paulista das unidades prisionais onde os membros do grupo rival estavam. De acordo com os documentos analisados pelo MP, a facção de SP ainda contratou um advogado particular para auxiliar integrantes catarinenses presos com armas em operação da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).

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