Esta semana no Judiciário de Santa Catarina foi marcada pela despedida de um dos desembargadores que marcou época no Tribunal de Justiça catarinense (TJ-SC). Nesta terça-feira (13), os integrantes da 2ª Câmara de Direito Comercial e outros membros do TJ fizeram uma homenagem a Getúlio Corrêa, que no começo de junho se aposenta oficialmente. Foi a última sessão presencial do grupo a contar com a participação do desembargador, que marcou época pela atuação, principalmente, na Justiça Militar.
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O presidente da 2ª Câmara de Direito Comercial, desembargador Robson Luz Varella, destacou o currículo de Getúlio Corrêa ao abrir as homenagens. Lembrou do início da carreira do magistrado, na Polícia Militar, a passagem pela Justiça Militar e o papel como interlocutor firme e respeitoso entre o Judiciário, os demais poderes e a sociedade civil. Os demais integrantes do órgão fracionário também se manifestaram, como o Stephan Klaus Radloff e João Marcos Buch.
O juiz de 2º grau Marcelo Pons Meirelles, o procurador de Justiça Fábio de Souza Trajano, o advogado Olavo Rigon Filho e o desembargador Márcio Rocha Cardoso também se manifestaram. Os desembargadores Rubens Schulz e Álvaro Luiz Pereira de Andrade, da mesma forma, compareceram à sessão para abraçar o homenageado.
Em meio à emoção, o desembargador Getúlio Corrêa agradeceu todas as manifestações. Relembrou a trajetória profissional, iniciada com 17 anos de atuação como policial militar, e registrou o agradecimento aos assessores com quem trabalhou no período como desembargador, pela competência e lealdade.
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– Poucos sabem o quão custoso foi chegar ao Tribunal. Foram sete anos de espera, em meio a 21 ações judiciais distintas, até a conclusão esperada. Não consigo e não consegui na vida cultivar inimizades. A razão é simples: não pretendo deixar a vida com mágoas. Tento fazer amigos em todas as atividades que exerço. Aprendemos nessa convivência acadêmica que o arcabouço jurídico é importante para a fundamentação das decisões. A sensibilidade de julgador, porém, não se encontra unicamente na academia e nos livros, mas sobretudo na nossa experiência de vida com todas as nossas idiossincrasias. Não gosto de despedidas, não aprendi a lidar com elas. Sou grato a todos que fizeram parte da minha vida e minha história, na PM e no Judiciário. Agradeço, por fim, a minha esposa e filhas, que suportaram minha constante ausência e que sempre me apoiaram.
Antes do ingresso na magistratura, Getúlio Corrêa foi oficial da Polícia Militar, onde chegou ao posto de major. Foi presidente da Associação Internacional das Justiças Militares (AIJM). Nos anos de 2003 a 2005, foi diretor da Escola Superior da Magistratura de Santa Catarina (Esmesc). Em 2004 foi diretor-presidente da Escola Nacional da Magistratura da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). É presidente da Associação dos Magistrados das Justiças Militares Estaduais (AMAJME).
Em 1984 foi nomeado para exercer o cargo de juiz auditor substituto da Justiça Militar, com lotação na Capital. Em 1992, foi promovido ao cargo de juiz auditor da Justiça Militar. Em 2013, foi promovido ao cargo de desembargador, no qual atuou na 2ª Câmara Comercial e na 2ª e 3ª Câmaras Criminais. Foi coordenador do Conselho de Segurança Institucional durante o biênio 2018/2020. No biênio 2022/2024 tornou-se 2º vice-presidente e, posteriormente, 1º vice-presidente do TJSC.

