Um vídeo com o possível impacto do uso do álcool em gel no resultado do teste do bafômetro repercutiu no Brasil deste esta segunda-feira (2). A gravação foi feita pelo piloto Cesar Urnhani. Ele faz testes descartáveis de uso do álcool dentro de um carro após passar o produto em gel nas mãos. O resultado dá positivo e ele alerta para a possibilidade de flagrantes dos motoristas por conta disso. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério da Saúde, porém, descartam que isso ocorra e refutaram veementemente o que foi divulgado pelo piloto na gravação.

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A coluna conversou com o inspetor da PRF de Santa Catarina Adriano Fiamoncini, que atua na comunicação da corporação no Estado. Segundo ele, o teste usado por Urnhani capta o álcool do ambiente e não é o usado em fiscalizações. Um outro equipamento faz o mesmo serviço e é utilizado para a triagem dos motoristas nas abordagens. Mesmo assim, somente o bafômetro é que define se a pessoa está ou não alcoolizada.

— Depois de analisado, o motorista passa pelo bafômetro tradicional, que precisa ser soprado com a força que sai da caixa torácica. A pessoa pode ter tomado banho de álcool gel, pode ter lavado o rosto. A não ser que ele tenha comido álcool em gel. O ar que pode resultar em multa ou prisão vem de dentro do pulmão — explicou o inspetor.

Fiamoncini citou um exemplo de uma abordagem recente na BR-101. Segundo ele, o equipamento de triagem apontou possível presença de álcool no motorista, mas o condutor afirmou que não havia bebido. O passageiro, porém, admitiu que ingeriu bebida alcoólica, o que ficou apontado pela presença do álcool no ar. O motorista, então, fez o teste do bafômetro, que deu negativo e ele seguiu viagem.

— Quando é feito o teste passivo dentro de um veículo em que o passageiro tenha consumido álcool, pode indicar a presença de álcool no condutor, mas neste caso pedimos ao condutor descer do veículo, sair do ambiente contaminado e fazemos o teste no aparelho homologado — exemplificou Manoel Fernandes, inspetor da PRF em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí.

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O Ministério da Saúde se manifestou ainda na segunda-feira e reafirmou que o vídeo está errado. O órgão confirmou que os órgãos de fiscalização de trânsito não utilizam bafômetros descartáveis para a aplicação de penalidade.

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