Em Brasília, no último final de semana, o governador Jorginho Mello (PL) concedeu uma entrevista exclusiva à coluna sobre gestão e política. Ele respondeu sobre temas como infraestrutura, educação, projeto de reeleição, anistia, briga pelo Senado em Santa Catarina, entre outros assuntos. A entrevista ocorreu em meio a agendas que Jorginho teve em embaixadas do mundo árabe na Capital Federal, numa intenção de aproximação com outros países, no domingo (14).
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Confira a íntegra abaixo:
O senhor tem feito muitos trabalhos para se aproximar de outros países, qual é o seu objetivo nessas conversas?
Sempre tenho dito que nós temos muita coisa boa para vender. Mas, para nós continuarmos crescendo e podendo chegar até os portos, o que nós produzimos de proteína animal, equipamentos, máquinas, enfim, precisamos de infraestrutura. Qual é a infraestrutura que nós estamos precisando? Estrada e ferrovia. Então a gente sonha com a duplicação da 282, que é uma estrada extraordinariamente importante para nós. Fazer uma PPP, uma PPI, senão não vai sair a duplicação dela. Senão daqui a 10 anos estamos falando sobre isso. A Via Mar é R$ 7,5 bilhões. Temos cinco projetos. Quatro estão praticamente prontos. Vamos fazer PPI. Vamos lançar ela. Eu dizia ao presidente Mário (Aguiar), da Fiesc… que vai aceitar nos ajudar no governo. Ele me confidenciou. Só tinha uma viagem marcada com a família. Depois, quando voltar vai assumir.
Ele vai assumir, então?
Vai. Para colaborar com o governo. Ele é um visionário, fez uma ótima administração na Fiesc. Vai nos ajudar na Invest Santa Catarina. Então eu quero viabilizar a construção da Via Mar. Paralelamente, se fala numa ferrovia para aproveitar o mesmo projeto. Essa empresa que vai se dispor a investir esse volume de recursos, também, claro, se puder viabilizar a ferrovia, um trem que saia de Joinville a Floripa, ou, na primeira fase, até Balneário Camboriú, enfim, aí o projeto é que vai dizer. Essa retomada das ferrovias, o Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul assumiram, porque a Rumo vai devolver as ferrovias. Encerra a concessão no ano que vem. Porque ninguém vai se interessar por brincar de trem dentro de um único Estado. Agora, os quatro Estados que possam se comunicar, aí dá jogo. Aí vai ter empresas que vão fazer investimento pesado para isso. Então, a gente notou pela disponibilidade do Mato Grosso, que brilhou os olhos deles, de todos os quatro Estados. O que eu preciso desses países que a gente tem feito força para ter uma boa relação é mostrar a credibilidade de Santa Catarina, a segurança jurídica e pública que a gente tem, porque eles (investidores estrangeiros) têm dinheiro e eles podem e devem fazer investimento. Isso é o que eu sempre tenho dito para eles. Todo investimento que eles fizerem em Santa Catarina é certeza de retorno. A Via Mar é um filé mignon. A Via Mar é dinheiro puro para quem vai investir na concessão de 30 anos para cobrar pedágio. O meu grande desejo com o contato que a gente sempre remonta com esses países é para que eles venham investir em Santa Catarina. O Estado é um porto seguro para investimentos na área de infraestrutura. Estamos fazendo também a vontade de que esse investimento de ferrovia que se fala tanto, para sair de Chapecó, vir a Correia Pinto, descer para o Rio Grande do Sul e ir para Porto União, Mafra, enfim, também possa acontecer. O projeto está andando. Mas é um projeto de R$ 17/18 bilhões. São dinheiros vultosos, que são empresas que estão no mundo investindo, que tem excesso de capital, e nós precisamos. Essa boa relação, esse respeito, a credibilidade. Já começamos a instalar, autorizei a fazer isso, escritórios nas China e Estados Unidos porque não adianta fazer uma viagem, prospectar negócios, e aí volta e acabou. Precisa estar dando sequência a tudo aquilo que você entabulou e novos negócios, novas oportunidades.
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A Via Mar começa no ano que vem?
Começa no ano que vem, se Deus quiser. Nós estamos fazendo com segurança o projeto, terminando o projeto. Quero iniciar a obra com dinheiro do Estado em um lote. Vamos ver qual deles, se é o que sai de Joinville ou de Biguaçu. No compromisso já que, para quem vencer a PPI, devolve parte do que o Estado investiu. Isso é um compromisso nosso, quero materializar a obra. Porque muita gente diz que é uma obra cara e difícil de se fazer. É uma obra desejada por muitos investidores, não tenho dúvida disso. Porque ela é altamente viável.
Será a primeira concessão de rodovias que o senhor fará?
A primeira concessão de rodovias. A gente fez a concessão do aeroporto de Jaguaruna, que foi a primeira concessão do Estado de Santa Catarina.
Há ainda a serra do Rio do Rastro…
Também. Vai ficar um cartão de visitas naquela estrada, fazendo com concreto, alargando ela.
Tem PPP de sistema prisional também?
Sim. Queremos fazer 9 mil vagas. São 2,8 mil vagas em Blumenau (por PPP). Porque tem fila de empresários que querem produzir dentro dos presídios. Tem diversos empresários que se cadastraram na secretaria de Justiça dizendo que tem um produto específico e quer fazer dentro do presídio. Sabe que fazem bem, rendem, e é bom para todo mundo. Como eu quero tirar o presídio de Floripa, e para tirar o presídio, tem que fazer vaga, não tem milagre. Então nós temos que remanejar. Tem 2,2 mil presos lá, mais ou menos. Já vamos tirar a casa de Custódia. Aquelas pessoas doentes mentais que, infelizmente, a Justiça disse que era para soltar. Como vamos soltar? Ninguém quer mais em casa. Então o Diogo, secretário da Saúde, está fazendo lá no Hospital Santo Teresa (São Pedro de Alcântara), um local, tipo um hospital, com segurança, com vigia, com guarda, para que ali eles tenham uma qualidade de vida um pouquinho melhor e fiquem. Hoje temos um excesso de presos. Das 53 penitenciárias, 43 estão com excesso de presos, o juiz não autoriza mais colocar detentos. Está interditado pela Justiça, já assumimos assim. Estamos nos virando. Porque é como diz o presidente do Tribunal de Justiça, doutor Francisco: “nunca vi um governador querer aplicar dinheiro, R$ 700 milhões, para fazer cadeia”. Mas nós precisamos. Se é um Estado mais seguro, nós temos que dar segurança também. Tem que ter cadeias seguras, bem arrumadas, bem reforçadas, com guarda, com câmeras e trabalho. Preso tem que pagar pensão. Mandar um dinheirinho para família e um dinheirinho que fica para o fundo quando ele sai.
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O senhor tem um ano e três meses de gestão pela frente. O que senhor ainda pretende fazer até lá e qual será seu foco?
Tenho muito orgulho de dizer que eu passei o Estado a limpo. Cumpri o plano de governo. Agora eu quero projetar obras para 20 anos. Vou agarrar na Via Mar. Ela é uma das obras. Também um projeto de ferrovia, para que a gente precisa discutir com os investidores o que é mais possível. Os portos, a Baía da Babitonga, com aqueles investimentos de R$ 330 milhões do Grupo Battistella, vai transformar toda aquela região. As duas estradas que vêm do Paraná, uma que o Ratinho Jr. (governador do PR) vai fazer e a outra que eu vou fazer. Enfim, estou estruturando o Estado para os próximos anos. E sempre rogando, pedindo que o governo federal faça um pouquinho, cuide das nossas federais. Apura com a 470, desejar fazer a 280, a duplicação. O Morro dos Cavalos é uma coisa que tem que resolver, tirar da frente aquilo, para não falar mais naquilo. Deixa a gente começar aquele Contorno. É R$ 291 milhões. Eu tenho R$ 350 milhões a receber do governo (federal). Ficaria bonito o governo federal dizer: “ó, vou dar pra Santa Catarina, vou devolver aquele dinheiro para vocês fazerem o Contorno”. A gente faz com o maior prazer. Porque quando chove eu começo a olhar pra lá e fico preocupado, o Sul pode ficar isolado de novo, sem necessidade. Eu quero fazer obras, quero pensar em obras para o futuro. Obras estruturantes. O Estado agora está arrumado, consertado, está tudo encaixadinho, passamos a limpo, fizemos economia, fizemos a Central de Compras. As estradas são um sucesso, as estradas rurais vão ser outro sucesso absoluto. Energia sucesso também. Isso tudo é infraestrutura, para deixar o Estado competitivo, o Estado voando. O empresário quer aumentar a empresa, toca a ficha. O empresário novo quer vir para Santa Catarina, pode vir porque tem energia, porque tem estrada, tem internet boa, vamos fazer, vamos dar uma pressão grande nesse projeto que nós estamos fazendo de internet para melhorar consideravelmente. A Universidade Gratuita está começando a devolver a mão-de-obra. São 3.300 mil médicos, dentistas, engenheiros… Já estão devolvendo, pagando (contrapartida de serviços prestados). Isso representa dinheiro dentro dos nossos hospitais, dentro de todos os órgãos.
Falando sobre o programa Universidade Gratuita, o senhor acredita que está superado o impasse com o Tribunal de Contas depois do relatório divulgado por eles de possíveis indícios de fraudes?
Tudo superado. Tenho o maior respeito pelo Tribunal de Contas, amizade com todos os conselheiros. Amizade e respeito pessoal. Um projeto que nasceu, novo, precisava ser protegido, uma criancinha pequena. A gente fez mais alguns ajustes, e já enviei na sexta-feira (12) para a Assembleia o novo projeto. Foi construído, chamei os líderes lá na Agronômica, expliquei para todos eles o que a gente está alterando para dar segurança. Responsabilizando o aluno, responsabilizando o reitor da universidade. Dentro do que a Assembleia já tinha aprovado, a gente melhorou, ouvindo através de sugestões do Tribunal de Contas, do Ministério Público. Vai ficar redondo. Alguns alunos que deram informação errada, que moravam em Santa Catarina, são 35. São os únicos que estão sendo responsabilizados de verdade, acho que é esse número que o delegado Ulisses (PC-SC) estava vendo. Foi aquele número… Que não tinha nada daquilo, foi erro de digitação, enfim, precisava ter sido cuidado mais. Agora, com essa responsabilização que a gente fez com a própria universidade, eles vão ficar mais em cima quando o aluno prestar as informações, que é no formato de autodeclaração. Vai haver um filtro antes dele ter a disponibilidade da matrícula. Não tenho dúvida que é um programa que deu certo. Tem 54 mil alunos, sendo 83% que ganham até R$ 3 mil. É um programa que tem que ser transparente, tem que ser sagrado. Porque vai ser uma transformação para quem tem a oportunidade de fazer, quem consegue dentro dos critérios, cursar.
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Veja fotos da entrevista abaixo
O senhor mexeu recentemente no comando da secretaria de Educação. O Ideb não está bom, agora foi divulgado um número de ensino integral do Estado, que é muito baixo. Na sua visão, o começo da Educação não foi tão bem quanto o senhor queria?
A educação estava muito ruim, pegamos as escolas todas abandonadas. Ainda não conseguimos vencer tudo isso, nem o físico e muito menos o pedagógico. O professor Cimadon (que foi substituído) é um grande educador, um homem sério, um homem capaz. Fez a parte dele na reorganização, e agora, com a vida da professora Ceretta, ela é uma mulher vibrante, a mulher que vai dar uma chacoalhada. Já deu uma chacoalhada na Educação, na qualificação dos professores. Estão fazendo pela primeira vez uma qualificação de 5.200 professores. Estamos reformando as escolas, colocando ar-condicionado em todas elas, na pressa, na força, reformando escolas que vocês da imprensa tem visto em algum evento de prestação de contas que a gente faz. É impressionante, eu quero que a educação pública seja uma uma educação desejada e respeitada, que o catarinense queira colocar o filho dele numa escola pública. Por que a escola pública tem que ser abandonada feia, encardida? Não, senhor, ela tem que ser boa. O professor tem que estar motivado. Tenho falado com os professores com muita sinceridade. Fui o primeiro governador que resolveu descompactar a folha. Claro, vou usar 100% do Fundeb para descompactação da folha com salário. Ninguém fez isso. Aumento que a gente deu, valorização, eleições para diretor, respeito ao professor, qualificação. Os professores estão entusiasmados, gostando do que estamos fazendo. Porque, acima de tudo, é com sinceridade, verdade e transparência. Ninguém quer enganar ninguém, e muito menos o professor. Sempre digo: eles é que têm a chave do cofre da cabecinha das crianças, eles que abrem a cabecinha para ensinar, dar conhecimento. A escola é lugar de conhecimento. A gente torce e vibra que cada vez mais as famílias eduquem as crianças em casa, mandem para a escola só para ter conhecimento. É muito pesado fazer as duas coisas, educar e ensinar na escola. Eu sei que muitas vezes a mãe não tem tempo, o pai não tem tempo, enfim, delega para a escola muita coisa. Mas a escola precisa de ajuda, tanto é que essas escolas cívico-militares eu quero abrir mais 50, 60, 80, o ano que vem. A gente está reduzindo a patente do Coronel, não precisa ser só coronel para estar lá trabalhando. Pode vir até subtenente, é o desejo que nós queremos fazer para disponibilizar mais essa mão-de-obra qualificadíssima. Porque você transforma uma escola, o patriotismo, o respeito a pai e mãe, cantar o hino, o capricho da escola, o silêncio dentro de uma sala de aula para quem quer aprender mais e o professor tem condições de ensinar melhor. E os índices demonstraram que o melhor desempenho de todas as nossas escolas estaduais foi nas cívico-militares.
Até o final deste ano, o senhor pretende mandar a Assembleia alguma política pública grande pensando em reta final de governo? Saneamento, por exemplo, o senhor pretende mexer nessa questão antes de terminar o ano?
Pretendo aprovar o projeto da regionalização. Foi sentado com a Fecam, o prefeito Topazio, foi explicado a ele. Todas as implicações, o que cada Estado tem de compromisso do marco de saneamento até 2033. Estou muito feliz porque conseguimos fazer a Casan dar lucro pela primeira vez. Ela deu R$ 284 milhões de lucro, isso é trabalho profissional, verdadeiro. Isso não é esbanjar dinheiro das pessoas. Não teremos capacidade de cumprir os 100% do saneamento, porque vai R$ 80 bilhões. Vamos fazer parcerias. Vamos ver se a gente consegue parceiros para vir fazer esgotamento sanitário. A gente cuida da água… vamos ver. Não tem nada pronto ainda. Vamos caminhar para chegar em 2033 e poder cumprir, se não cumprir 100%, mas parte. Estamos dando passos, a saúde financeira da empresa, responsabilidade, critério, é o que estamos fazendo. Sem pressa.
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Primeiro, então, vai a regionalização? É um projeto diferente daquele do ano passado?
Sim. Foi acertado com a própria Fecam, com os prefeitos, discutido regionalmente. Eles têm que entender que é bom, que não tira deles. Muito pelo contrário, dá força a eles. Tem que explicar bem. Aquele primeiro faltou essa conversa com a própria Fecam e os prefeitos. O prefeito Topazio é o secretário-geral desse consórcio que vai surgir. Então já começa por aí, chamando os prefeitos para participar por região. Cada região terá seu representante para fazer seu projeto consistente, moderno e que dê garantia jurídica para cada município.
Este será o seu principal projeto de final de ano na Assembleia?
É por aí… Por aí.
Faltando quase um ano para a eleição. Como o senhor se sente neste momento, politicamente falando?
Bem confortável. A gente recebe informações, a gente faz pesquisas de opinião pública. Acabei de receber uma, quantitativa e qualitativa, dando uma margem muito boa, chega a 80% o nível de confiança, o nível de desempenho do governo. Então me sinto confortável. Tenho evitado de falar de eleição porque você prejudica, você deixa muito tempo tempo que poderia estar pensando em alguma coisa efetiva, foco, você também tem que fazer costuras políticas. Mas está tudo bem encaminhado. Eu sou candidato à reeleição, enquanto tiver o instituto da reeleição. Sou um defensor de mudar a legislação depois, aquela coisa toda, o voto distrital ou misto, acabar com a reeleição de presidente da República, governador e prefeito…
O senhor seria favorável a um mandato de cinco anos?
Cinco anos sem reeleição, dar oportunidade para mais pessoas. Agora, eu sou candidato à reeleição e vou trabalhar muito até o último dia. E aquilo que eu digo, o mandato é de oito anos, aí você desce o avião em quatro anos para dar uma abastecida. Se tiver crédito, abastece e segue viagem. Então é o que eu vou fazer. Tenho falado com todos os partidos, menos com os partidos de oposição. De forma respeitosa, mas eu não tenho nada a ver com eles. Tenho tentado fazer um leque de apoiamento onde muitos partidos já estão definidos. O MDB está definido, Podemos está definido, o Republicanos que está definido também. Está bem adiantado o União Brasil e PP. A conversa está praticamente… é só bater o martelo. O único partido que não está batido o martelo ainda, mas que eu tenho apoios importantes, é o PSD. Tenho apoio do prefeito Topazio. Estou trabalhando junto, sentei com o deputado Julio (Garcia) e o prefeito Orvino (São José) para conversar sobre apoio. Vou ajudar São José naquela avenida que é um grande sonho deles. Estou fazendo um governo sem discriminar ninguém. Dinheiro eu dei para os 295 municípios. Se alguém diz “ah, porque o governador tá dando dinheiro pros prefeitos deles”, é mentira. Eu dei dinheiro para o PT, para prefeito do PT em Santa Catarina, para todos, sem exceção. Porque eu sou municipalista, porque eu entendo que o Estado se desenvolve no município. Então, jamais ninguém vai me acusar de dizer: “ele tá dando força pros dele”. Não! Nunca ninguém investiu tantos municípios como eu investi. Dando convênio e pagando. Essa é a grande diferença, não é conversa mole.
O PSD fez um encontro na última semana, e afirmou que vai ter candidato no ano que vem, que será João Rodrigues. O senhor acha, da mesma forma, que ainda tem conversa?
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Em política, se disser que não tem conversa, não sabe fazer política. A política é que nem nuvem. Você olha para a nuvem, ela está parada. Dá duas conversinhas, olhou, ela já mudou. Desde que não falte respeito, não falte coerência, tudo é possível. A minha candidatura está posta. De forma respeitosa, quem me conhece sabe que sou um homem corajoso, sou um homem humilde e respeitoso. Trato todo mundo com muito respeito. Por isso que eu recebo o respeito também das pessoas. Não tenho dúvida de que a nossa candidatura será natural e exitosa pelo trabalho, pelo reconhecimento. A melhor pesquisa é na rua você ver as pessoas espontaneamente te cumprimentando. Faço isso com muita paixão, porque eu tenho muita honra em ser governador de Santa Catarina. Trabalho de segunda a segunda com energia, com paixão para fazer melhor, mais rápido, aliviar a dor das pessoas, melhorar a escola, melhorar a saúde, melhorar estrada, melhorar tudo. E a eleição é no ano que vem, então até o final do ano vamos apurar os projetos.
E qual é o perfil de vice que o senhor vai procurar? O prefeito Topazio é um nome?
Não tem receita pronta. Tem que ser uma pessoa coerente, tranquila, como foi a vice-governadora Marilisa. Apoiadora, parceira, enfim. Tem grandes centros como Joinville, Blumenau, Florianópolis. Eu sou do Meio-Oeste, do Oeste de Santa Catarina, e o vice tem que ser do Norte do Estado, pode ser do Sul do Estado, enfim. Não tenho prato pronto. Estou tratando com os partidos de forma respeitosa, e eles sabem disso. Partidariamente, a gente está conversando para fazer um projeto que quem ganhe seja Santa Catarina.
A maior dor de cabeça do senhor hoje é o Senado. Como estás com essa situação dos três nomes: Esperidião Amin, Carol de Toni e Carlos Bolsonaro?
Isso também vai se acomodando. A Carol é uma deputada que se revelou, que desponta como franca favorita. Aí tem o episódio do presidente Bolsonaro, por Santa Catarina ser um Estado bolsonarista, do desejo do Carlos Bolsonaro de se mudar para Santa Catarina. Já se mudou para São José, já alugou apartamento. Está fazendo convívio social para ser candidato a senador. O senador Esperidião Amin também deseja se reeleger, e por aí afora. Então tenho que tratar com muita tranquilidade. Tenho outros partidos que estão me apoiando. Um candidato desses, por exemplo, a Carol, pode ir até para um outro partido. E a gente libera ela do partido (PL). Ela vai pro outro partido, se elege e depois volta (pro PL). Isso tudo é possível, porque a candidatura de senador é uma candidatura majoritária, ela pode ser avulsa. Enfim, então é cedo, muita coisa vai acontecer. Quando eu combinei com o presidente Bolsonaro, lá atrás, em alguns Estados ele indicava os dois senadores porque não tinha nada, mas em Santa Catarina tem. Construí o partido. Há muitos anos estamos vindo nessa luta, eu e muitos companheiros. Então eu disse a ele: “presidente, em Santa Catarina a gente tem que participar”. Daí ele próprio disse: “então eu indico um e você indica outra”. Foi fechado o negócio. Então ele vai indicar um. Se o candidato dele é o Carlos Bolsonaro mesmo, vai ser o Carlos Bolsonaro. Eu vou indicar o outro. Seria a Carol de Toni, mas chapa pura eu não vou indicar. Daí eu vou indicar o Esperidião Amin. É um exemplo, isso tudo não está nada sacramentado ainda. Está tudo falado, conversado, sentido, feito conjuntura.
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E o cenário federal, como é que o senhor tem enxergado hoje. O que o senhor espera?
Eu não perdi a esperança ainda que o presidente Bolsonaro possa ser candidato, eu não perdi a esperança e eu tenho que confessar isso pra ti. Então o meu candidato a presidente é ele. Se não for ele, é o candidato que ele indicar. Se ele não for, ele deve indicar, eu acho, o governador Tercísio. É o que, mais ou menos, os governadores falam. Então o meu candidato é Jair Bolsonaro e outro candidato, se ele não for, quem ele indicar. Acho que pela amizade que ele tem com o Tercísio, pelo fato de ele ser de São Paulo, estar trabalhando na anistia. Essa anistia tem que prosperar no Parlamento. A Câmara e o Senado têm que ter coragem de votar uma anistia. Agora tem condenação, agora dá para votar uma anistia. Vamos parar de guerra. Vamos anistiar todo mundo e deixar o eleitor escolher. Dar condições do presidente Bolsonaro ficar elegível, e deixar o povo escolher. Não vamos dizer “esse eu não quero que corra,esse ali não pode disputar”. Isso é o que eu penso. Então, agindo com responsabilidade, com preocupação, triste pelo episódio… Pô, 27 anos de cadeia para quem não roubou nada?! Só fez bem para o Brasil, só desamarrou muitas coisas, espantou um monte de quadrilha. Você viu que já voltaram as quadrilhas de novo, estão roubando do aposentado. Será que nós não podemos ficar longe dessa roubalheira? E isso o Bolsonaro nos proporcionou, mas levou uma condenação agora de 27 de um golpe que ele queria dar nele mesmo, porque eu não entendi aquilo… Tanto é que teve voto divergente, mas o que fazer… O Supremo tem o direito de errar por último. O Rui Barbosa já dizia que tem que cuidar porque a pior ditadura é do poder Judiciário, porque não tem para quem recorrer, e eu acho que nós estamos passando por esses tempos.
Governador, na última eleição o PL elegeu seis deputado federais e 11 estaduais em Santa Catarina. Qual sua projeção para 2026? Ano que vem podemos ter 44 estaduais e 20 federais pelo Estado.
Nos partidos aliados, o Republicanos vai eleger, no mínimo, três a quatro estaduais, vai eleger dois federais, no mínimo… O PL, para estadual, de 11 vai para uns 13, 14. Temos excesso de candidatos. Federais, elegemos seis, vamos eleger, no mínimo, sete. São as contas que a gente tem feito. Vamos esperar chegar mais perto, ver quem sedimentou, quem se consolidou, mas a perspectiva é muito boa. O partido consolidou, a direita se fortaleceu, Santa Catarina é um estado que dá muita atenção para isso. E o Brasil precisa de tranquilidade, e eu quero contribuir. Santa Catarina aumentou agora para 20 deputados federais e 44 deputados estaduais. São pessoas que vão representar, que têm mandato. Se está na vida pública, é para trabalhar pros outros, e é isso que vale a pena.
Para terminar: os secretários de Estado que vão disputar a eleição, o senhor vai deixar eles até abril ou vai pedir que saiam antes?
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Eu vou combinar com eles para saírem antes, um pouco. Para dar tempo do outro assumir, vamos fazer isso bem pacificamente para não dar sobressalto.
Virada do ano?
Isso. Já ver quem vai ser candidato, a gente já libera com todo o respeito para que possa ter mais desenvoltura, não fique amarrado na função e possa disputar.







