Com diagnóstico de autismo há quatro anos, o juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), Alexandre Morais da Rosa, foi promovido por antiguidade para o cargo de desembargador. Em sessão do Pleno do TJ-SC, onde todos os desembargadores participam, a promoção dele foi aprovada por aclamação. Morais da Rosa é conhecido internamente pela atuação técnica nos processos, além de ser um estudioso da Teoria dos Jogos e Processo Penal.
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Além disso, desde que foi diagnosticado com nível 1, ele passou a utilizar o cordão de identificação com girassóis de um lado e peças de quebra-cabeça de outro. O acessório é um dos símbolos das pessoas com autismo, e é usado por ele também durante os julgamentos.
Depois de ser promovido, nesta quarta-feira, o magistrado conversou com a coluna. Questionado sobre a promoção, ele afirmou:
– Nem melhores, nem piores, autistas ocupam e desempenham as funções para além do preconceito e do capacitismo.
VEJA ABAIXO FOTOS DA ATUAÇÃO DO MAGISTRADO EM SC
Em março do ano passado, a coluna contou sobre a rotina do magistrado. À época, com o reconhecimento do autismo, Alexandre afirmou que passou a entender as próprias dinâmicas como o fato de não ter uma vida social tão intensa. Além de trabalhar no Judiciário catarinense, o magistrado também é escritor de livros e professor da Univali, além de coordenar de cursos.
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– E tem um preconceito maior ainda com os autistas de suporte 1, porque os 2 e o 3, que precisam de mais suporte, em geral é mais fácil identificá-los, né? E no 1 a gente faz muito “masking”, de poder encenar os papéis sociais – afirmou à época.
Alexandre diz que o movimento de divulgar sobre a doença pretende também ajudar os pais de crianças autistas:
– Levar isso é bom. Os pais têm muita angústia de como será o futuro dos filhos, se pode, não pode. E não tem uma regra de ouro. Então eu uso o cordão, que na verdade não é só de autista, é um cordão de todo aquele que tem uma condição que não é visível.