O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Julio Garcia (PSD), afirmou nesta quarta-feira (17) que o Estado vive um “bom momento”, com estabilidade institucional e harmonia entre os Poderes, mas alertou que Santa Catarina ainda enfrenta gargalos nas áreas de infraestrutura e saneamento. A avaliação foi feita durante coletiva de imprensa de balanço dos trabalhos do Legislativo em 2025.
Continua depois da publicidade
Em números, o presidente ressaltou o crescimento expressivo da produção legislativa. Em 2025, foram protocolados 926 projetos de lei, sendo 146 de origem governamental e 780 de autoria parlamentar. Na comparação com 2024, o aumento total foi de 59%, com alta de 133% nos projetos do Executivo e de 52% nos parlamentares. Já o número de projetos aprovados superou o do ano anterior em 38,5%.
Veja fotos da coletiva
Segundo o presidente, a Assembleia encerra o ano cumprindo a meta de não deixar matérias relevantes pendentes para 2026, especialmente aquelas de interesse do governo.
– Eu diria que nós estamos encerrando o ano tendo cumprido a nossa tarefa – afirmou.
Para ele, Santa Catarina se destaca nacionalmente pela convivência harmônica entre Executivo, Legislativo, Judiciário e instituições como o Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Continua depois da publicidade
– É um belo exemplo que, se fosse seguido no plano federal, certamente resultaria em um Brasil melhor – avaliou.
O presidente também anunciou que a Assembleia devolverá R$ 403 milhões aos cofres do governo do Estado, resultado da economia orçamentária ao longo do ano. Além disso, garantiu a continuidade das bancadas regionais e das sessões itinerantes, mecanismo que, segundo ele, tornou o Legislativo mais eficiente ao permitir que deputados se organizem a partir dos problemas de cada região.
Prioridades para o Estado
Apesar do tom positivo do balanço, Julio Garcia foi enfático ao apontar entraves estruturais. Na avaliação dele, o governo estadual não avançou na velocidade necessária em infraestrutura e saneamento.
– Falta planejamento de curto, médio e longo prazo – afirmou.
Ele citou como exemplos de gargalos a BR-101 Norte, a BR-280, a duplicação da BR-282, a conclusão da BR-470 e o Morro dos Cavalos, que, segundo ele, começa a sair do papel após articulação da bancada federal catarinense.
Continua depois da publicidade
No saneamento, o diagnóstico foi ainda mais duro. Garcia classificou como “vergonhosa” a baixa cobertura de tratamento de esgoto em Santa Catarina, incompatível com outros indicadores sociais e econômicos do Estado. Para ele, o tema deve ser prioridade já no início de 2026, com a busca de consenso entre Assembleia e governo, inclusive em torno de projetos em tramitação.
Como caminho para destravar investimentos, o presidente defendeu parcerias público-privadas tanto na infraestrutura quanto no saneamento. Segundo ele, a reeleição acaba dificultando decisões estruturais, que têm custo político no curto prazo.
– O segredo é contrato bem feito e fiscalização eficiente – disse, citando o Aeroporto Internacional de Florianópolis como exemplo positivo e a BR-101 Norte como um caso negativo.
Cenário eleitoral de 2026
Ao tratar do cenário eleitoral de 2026, o presidente reforçou que a antecipação do debate não partiu da Assembleia, mas de pré-candidaturas já colocadas. Segundo ele, mesmo em ano eleitoral, os trabalhos do Parlamento seguirão normalmente, com um calendário especial que garante o mesmo número de sessões e a deliberação de projetos sem prejuízo das atividades legislativas.
Continua depois da publicidade
Por fim, ao falar sobre o próprio futuro político, Julio Garcia afastou especulações sobre outros cargos. Disse não ter provocação nem desejo além do já definido. Além disso, refutou a possibilidade de disputar a cadeira de vice-governador, como é uma das intenções de bastidor do governador Jorginho Mello (PL).
– Meu projeto está definido: sou pré-candidato a deputado federal – afirmou, acrescentando que seguirá nesse caminho mesmo se surgir outro convite.







