A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Santa Catarina, nesta quinta-feira (29), simbolizou o novo papel que o Porto de Itajaí deve desempenhar a partir de sua federalização: uma vitrine para amplificar os investimentos do governo federal no Estado e um palanque político para se comparar aos adversários. Acompanhado de diversos ministros, Lula fez um discurso empolgado de 25 minutos. A seguir, os principais bastidores da visita:

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Discurso

Lula baseou sua fala em comparações com o governo Bolsonaro e nas entregas de seus três mandatos, tanto em nível nacional quanto regional. O Porto de Itajaí foi o grande destaque da noite e deve se tornar peça-chave na estratégia de comunicação dos investimentos federais em Santa Catarina — uma das principais apostas do presidente no Estado. E os números de investimentos nos próximos anos realmente chamam a atenção: R$ 844 milhões.

Estaleiros

A Petrobras anunciou a contratação de novas embarcações, parte das quais será construída em estaleiros de Itajaí e Navegantes. Lula mencionou que dois atos estavam previstos para marcar o anúncio, mas as agendas acabaram sendo unificadas.

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Docas

O anúncio mais relevante veio do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho: o envio de uma Medida Provisória para transformar o Porto de Itajaí em uma doca independente — somando-se a outras sete já existentes no país, todas vinculadas ao governo federal.

Uso do celular

Em tom crítico, Lula comentou o uso excessivo de celulares e a disseminação de conteúdos nocivos na internet: “Vocês têm que usar celular só para o necessário”, afirmou.

Renda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concentrou seu discurso em um balanço econômico. Ele defendeu uma reforma na taxação da renda no Brasil, comparando salários e a carga tributária incidente sobre diferentes faixas de rendimento.

Jorginho (1)

Silvio Costa Filho fez duras críticas ao governador Jorginho Mello: “Se tem um governador que está sendo ingrato com o presidente Lula, é o governador deste Estado”, disse, em referência à ausência de representantes do governo estadual no evento. Jorginho é aliado e responsável pela estruturação do Republicanos em Santa Catarina, mesmo partido do ministro.

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Jorginho (2)

João Paulo Tavares Bastos, superintendente do Porto de Itajaí, começou a mencionar Jorginho Mello durante seu discurso, ao observar que o governador ainda não visitou o porto — mas foi interrompido por vaias da plateia.

Silêncio presidencial

Lula não citou Jorginho diretamente. A única menção que pode ser interpretada como indireta foi ao comentar sobre adversários políticos: “Sei que estão com raiva. Eles não vieram e nem vão vir”.

Deputados estaduais

Entre os presentes, estavam parlamentares do PT como Fabiano da Luz, Luciane Carminatti e Padre Pedro, além de Marquito (PSOL) e Paulinha (Podemos). Um episódio chamou atenção: inicialmente, apenas Fabiano conseguiu acessar a área restrita do palco, o que gerou insatisfação entre os demais, que acionaram a Secretaria de Relações Institucionais, em Brasília, para liberar a entrada.

Deputados federais

Dois deputados federais do PT participaram: Ana Paula Lima e Pedro Uczai.

Prefeitos

Poucos prefeitos marcaram presença. Estiveram no evento Leonel Pavan (PSD), de Camboriú, e Liba Fronza (PSD), de Navegantes. O vice-prefeito de BC, Nilson Probst, também foi.

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Convite direto

Pavan teria recebido um convite pessoal do vice-presidente Geraldo Alckmin para comparecer ao evento.

Alckmin internado

Alckmin havia confirmado presença, mas não compareceu. Passou mal durante o dia, em Brasília, e precisou ser atendido em um hospital com diagnóstico de gastroenterite.

Presença da JBS

Entre as primeiras autoridades a subir ao palco estava Wesley Batista, acionista e membro do conselho da JBS, empresa responsável por um dos terminais do Porto de Itajaí. Ele ficou na primeira fila e discursou em nome dos investidores privados do terminal.