A denúncia de caixa 2 contra o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) será julgada pelo juiz João Alexandre Dobrowlski Neto, da 12ª Zona Eleitoral de Florianópolis. A definição ocorreu na última semana. Segundo o Ministério Público, o ex-governador omitiu de suas prestações de contas o recebimento de doações que somam mais de R$ 9 milhões feitas pela empresa Odebrecht nos anos de 2010 e 2014, o que caracterizaria Caixa 2. Não há na denúncia qualquer citação a contrapartidas de Colombo ou do governo catarinense para a Odebrecht em função das supostas doações irregulares.

Continua depois da publicidade

 

Sem foro

O processo estava tramitando no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi enviado para Santa Catarina depois que Colombo perdeu o foro privilegiado ao renunciar do cargo em abril deste ano. Colombo nega ter recebido qualquer valor da Odebrecht em suas campanhas e acredita que a ação terá o mesmo destino do inquérito sobre a prática de corrupção passiva, amplamente investigada por dois anos e que já foi arquivado.

 

Continua depois da publicidade

Pressão 

A Câmara de Vereadores de Florianópolis e a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) revogaram recentes decisões de aumento de gastos depois da pressão popular e de entidades civis organizadas. No caso do Legislativo estadual, por exemplo, havia resistência entre os próprios deputados. Duas amostras do quanto uma fiscalização dos gastos públicos, seja de quem for, pode fazer efeito.

O ato acarretaria em um custo mensal de R$ 303,9 mil e anual de R$ 3,6 milhões a mais para a Assembleia. A informação foi publicada na coluna na quarta-feira à tarde e motivou uma nota da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic) na quinta-feira de manhã. A entidade pediu a revogação das contratações. Segundo a Alesc, a decisão ocorreu “em função de informações atualizadas ontem pela Secretaria do Estado da Fazenda sobre uma aproximada queda brusca na arrecadação do Estado”. Diante disso, afirma a nota, a administração “julgou mais prudente e adequado cancelar o aditivo contratual”. A justificativa dada pelo órgão para as admissões foi que “estas novas contratações se deram pelas 180 aposentadorias que aconteceram no Legislativo ao longo dos últimos dois anos”.

O motivo

Nem o governo do Estado, muito menos a Alesc, soube explicar o que motivou a transferência da casa do vice-governador, no Bairro Itaguaçu, em Florianópolis, para o presidente da Assembleia, Aldo Schneider (MDB). Nos bastidores, comenta-se que o estado de saúde do emedebista foi uma das razões colocadas em pauta pelo colega de partido e governador do Estado, Eduardo Pinho Moreira.


Contrário

O deputado Dirceu Dresch (PT), líder da bancada petista, criticou a decisão do presidente Schneider e pediu para que ele siga no mesmo caminho da questão dos terceirizados:
_ Essa é uma decisão unilateral, não é dos deputados. A gente nem sabia dessa história, ficamos sabendo pela imprensa. Espero que se vá no mesmo caminho (dos terceirizados) de revogação. Não cabe uma coisa dessas. A Alesc não pode pagar mais contas. O presidente não pode ter privilégios, todos deputados precisam ser tratados igualmente.
 

Continua depois da publicidade

Saúde

O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), em Florianópolis, faz hoje as primeiras cirurgias de alta complexidade depois da inauguração da UTI, em 22 de maio. Vão ser feitos sete procedimentos em paciente com câncer neste primeiro dia, sendo quatro pela manhã e três à tarde. O espaço abriga quatro salas de cirurgia, 10 leitos de UTI, cinco leitos de recuperação pós-anestésica, 18 leitos de internação pós-operatória, além de uma Central de Materiais Esterilizados (CME).