O formato de locações flexíveis, que combinam estadias curtas, médias e longas no mesmo local, ganhou força pelo avanço do trabalho remoto e dificuldades de compra de imóvel. O Airbnb é um dos maiores exemplos do modelo, tendo chegado a marca de 5 milhões de anfitriões globalmente, com o Brasil sendo o terceiro país com o maior número de anfitriões. Em Florianópolis, segundo dados da Brain Inteligência Estratégica, unidades compactas, como estúdios e lofts, vêm ganhando participação significativa nos lançamentos imobiliários, e já respondem por cerca de 40% dos lançamentos na capital catarinense.

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– Foi descoberta uma modalidade de muita atratividade para o investidor – explica Guilherme Werner, sócio da Brain.

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E o apelo também é evidenciado por dados do Airbnb: apenas no Brasil, o impacto de gastos de hóspedes que fizeram reservas por meio da plataforma chegou a US$ 5,2 bilhões, sendo que, em 2023, os anfitriões receberam, globalmente, mais de 1,5 bilhão de check-ins de hóspedes.

– O diagnóstico atual é positivo: a sociedade aceitou bem, o modelo de negócio de aluguel por temporada está muito consolidado e deve se manter perene nos próximos anos, independentemente da plataforma utilizada – afirma Guilherme.

Para investir, o modelo exige estruturação financeira diferenciada, especialmente para construtoras que optam por manter a gestão das unidades após a obra. Segundo Alexandre Victor Muller Filho, CEO da incorporadora Parkside, ainda não há linhas de crédito específicas para esse tipo de operação, o que leva empresas a buscar alternativas com fintechs e operações estruturadas.

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Um exemplo é a Makasí, fintech que une crédito e produtos bancários especializados a uma plataforma de gestão para viabilizar recursos para construtores, que financiou o sexto empreendimento da Parkside, o Itacurubi.

– Por sermos uma empresa nova, ainda não tínhamos tanto histórico e um balanço para trabalhar com o financiamento de um banco, o que é a escolha tradicional. A visão da Makasí de analisar o empreendimento em si, e as garantias e a viabilidade dele, fez muito sentido e casou muito com o nosso momento, e optamos por uma operação realmente moldada, mais específica e menos burocrática, como a Makasí oferece – explica Alexandre.

Na capital catarinense, a incorporadora já opera três empreendimentos no modelo híbrido — Parkside Cacupé, Parkside Sapiens e Parkside Carvoeira — somando 80 unidades e taxa média de ocupação anual de 90%. Todos oferecem locações de curta a longa duração, com gestão centralizada e apartamentos mobiliados.

Atualmente, a Makasí possui 5% de empreendimentos ativos neste formato de locação em sua carteira, com previsão de que o modelo passe a fazer parte de pelo menos 10% de seu portfólio até o final do ano. Já a Parkside tem outros dois projetos em construção na cidade, que juntos representam mais de 100 novas unidades, e está abrindo captação para novos empreendimentos: o Parkside Itacorubi e o Parkside Itajaí, o primeiro empreendimento fora da capital catarinense.

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