O ano passado não foi dos melhores para a agricultura catarinense, segundo pesquisa anual da Produção Agrícola Municipal, divulgada pelo IBGE. Os dados analisados pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC) mostram que dos principais produtos do setor, 13 perderam competitividade no âmbito nacional e mais da metade apresentou queda na produção no período. Tanto culturas tradicionais como não tradicionais perderam espaço.

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O Mapa do Agro, da FACISC, demonstra que o agronegócio catarinense é um dos mais diversificados do país e que foi responsável por injetar R$ 90 bilhões na economia em 2023, quando gerou mais de 1 milhão de empregos diretos no estado. 

— Devemos focar mais esforços e investimentos aos produtores familiares catarinenses, para que o estado não perca em competitividade, valor agregado e inovação alcançada nos últimos anos – afirma o diretor de Agronegócio e Ferrovias da FACISC, Lenoir Broch.

Conforme os dados, SC perdeu destaque, principalmente, no cultivo de lavouras temporárias, como cebola, tomate, milho, soja, feijão, alho e melancia. Em termos de valor de produção, 53% dos produtos da agricultura em Santa Catarina registraram queda no valor produzido em 2024 em relação a 2023 (com valores deflacionados).

A Facisc ressalta que o Estado foi líder nacional por oito anos consecutivos, por exemplo, na produção de cebola. E em 2024 foi ultrapassado pela Bahia. Em 2023, SC produzia 28% do total nacional e caiu para 20% no ano passado. De acordo com a entidade, a queda do preço pago ao produtor catarinense de cebola, especialmente no Vale do Itajaí, contribuiu para o resultado negativo.

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No Meio-Oeste, que se destaca pela produção de frutas com caroço, a colheita do pêssego também rendeu menos em 2024. Santa Catarina era o terceiro maior produtor nacional dessa cultura e foi ultrapassado por Minas Gerais em 2023, reduzindo sua participação no mercado brasileiro (de 11% para 8%). Tanto a produção como o rendimento médio tiveram queda em 2024.

Nos últimos anos, o estado já vem perdendo representatividade em culturas tradicionais, como o tomate e a soja. Há 10 anos, Santa Catarina era o nono maior produtor de soja do país. Em 2024, foi o décimo terceiro, e caiu duas posições em relação a 2023. Na produção de melão, caiu quatro colocações nacionais em 2024.

Por outro lado, o Estado se manteve como o maior produtor de maçã e o terceiro maior produtor de maracujá do Brasil em 2024.