O Litoral Sul de Santa Catarina tornou-se o epicentro de uma intensa movimentação política e jurídica neste final de ano. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, deve permanecer hospedado na residência de veraneio do empresário Ricardo Faria, conhecido nacionalmente como o “Rei do Ovo”, no Balneário Rincão, até a próxima segunda-feira (29), conforme apurado por este colunista. A data marca a véspera da aguardada acareação do “Caso Master”, agendada para o dia 30 de dezembro.
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A estadia do ministro ocorre em um momento de alta temperatura nos bastidores. Na última sexta-feira (26), um almoço promovido por Faria reuniu lideranças de peso, incluindo o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, e outros nomes do cenário político estadual e federal. A confraternização, no entanto, não passou imune, e veio à tona com a publicação da jornalista Karina Manarin, de Criciúma.
Pressão e explicações nas redes sociais
Desde que as informações sobre o encontro vieram a público, o clima entre alguns convidados é de desconforto. Segundo apurou a coluna, a presença de Toffoli no event, em meio a um processo de investigação sensível que ele mesmo conduz, gerou uma onda de “justificativas” nas redes sociais.
Alguns dos nomes presentes correram para seus perfis oficiais para tentar explicar onfato de estarem no mesmo ambiente que o ministro. O receio de ver a imagem atrelada a um magistrado que está no centro das atenções por conta de decisões polêmicas no Caso Master, que envolve uma suposta fraude bilionária na tentativa de venda do Banco Master ao BRB, ditou o tom das publicações.
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Foco no Caso Master
O ministro Dias Toffoli é o relator do inquérito que apura irregularidades de aproximadamente R$ 12,2 bilhões. Recentemente, ele negou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender a acareação entre o controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.
A determinação de Toffoli de manter o procedimento para o dia 30, em pleno recesso judiciário, é vista por investigadores e pelo Banco Central como um movimento incomum e prematuro.
Também por conta disto, a presença de Toffoli em SC é cercada por um forte esquema de segurança.

