*Por Silvana Pires

Se todo o governante eleito recebesse uma cartilha estaria lá entre os primeiros artigos: Aquele que desprezar a formação de uma base no Parlamento deve saber que corre o risco, mais cedo ou mais tarde, de enfrentar um processo de impeachment. Foi assim com Fernando Collor e com Dilma Rousseff. Depois de alguns tropeços, o presidente Jair Bolsonaro percebeu essa realidade e, agora, está tentando correr atrás do prejuízo.

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Se olharmos a história recente tivemos encaminhamentos de pedidos de impeachment contra Fernando Henrique e, até mesmo, contra Lula. Mas eles possuíam maioria no Parlamento que não deixou as investidas prosperarem. Isso não significa construir maioria com base no toma lá dá cá. Ela pode, sim, ser formada com articulação política. O que, por inabilidade, Dilma não fez. As denúncias envolvendo Michel Temer eram mais graves do que as pedaladas, mas foram barradas pela base que o apoiava.

A questão central é que a nova política transformou a articulação em algo quase que proibitivo, deixando muitos à mercê de um impeachment. Foi o que ocorreu com o então prefeito de Caxias do Sul (RS), Daniel Guerra – eleito na onda bolsonarista e da nova política –, que perdeu o cargo por absoluta falta de habilidade política e sem ter a maioria na Câmara. Sem base sólida na Alesc, o governador Carlos Moisés (PSL) enfrenta a abertura de um processo de impeachment, porque não soube articular com os deputados.

> Os próximos passos do processo de impeachment contra o governador Carlos Moisés

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Economia na Câmara dos Deputados

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(Foto: Divulgação)

Sem sessões presenciais na Câmara, a última foi em 18 de março, e em isolamento social devido à pandemia, a bancada catarinense reduziu em 56% os gastos com a cota parlamentar de março a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Nesses quatros meses, foram utilizados R$ 864 mil, contra R$ 1,955 milhão de 2019, conforme dados do Portal Transparência da Câmara dos Deputados. Despesas retroativas ainda podem ser lançadas.

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