Depois de vários finais de semana prestigiando manifestações que pediam a intervenção militar e o fechamento do Supremo, o presidente Jair Bolsonaro quer esfriar os ânimos das ruas.
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Em reunião com deputados da bancada da bala sobre a criação do Ministério da Segurança Pública, ele comentou que o melhor é não estimular nem mesmo a presença de bolsonaristas neste final de semana para evitar confrontos com movimentos contra o governo. Bolsonaro chegou a citar os black blocs, que em 2013 promoviam quebra-quebra durante as manifestações.
Os parlamentares saíram do encontro, no entanto, dizendo que não há controle sobre as mobilizações de governistas. O próprio presidente da República já disse outras vezes que não incentiva os movimentos, mas, no dia, participa e até discursa.
Mobilizados em Brasília, esses apoiadores foram para a frente da sede da Polícia Federal, nesta quinta, para acompanhar o depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no inquérito que investiga suspeita de racismo. Presente nas redes sociais e sempre pronto a fazer declarações polêmicas, Weintraub se calou diante da PF e apresentou as explicações por escrito. Nos braços dos simpatizantes, porém, ele usou até um megafone.
Chapéu na mão
Enquanto o governo desloca recursos do Bolsa Família para a comunicação institucional do Palácio do Planalto, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, reclama que não consegue nem mesmo uma reunião com o ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni. O prefeito usou as redes sociais para pressionar um encontro com Onyx para tratar sobre programas de assistência social durante a pandemia. O ministério agendou uma reunião da FNP com o Secretário Especial do Desenvolvimento Social, mas Donizette alega que o tema também é político, não só técnico.
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Desmembrando
Se houver a criação do Ministério da Segurança, a PF e a PRF permanecerão sob o comando do Ministério da Justiça. Esse foi o desenho acertado com deputados da bancada da bala, que enxergam a nova pasta apenas como um canal de interlocução com as polícias dos Estados, além de ficar responsável pela Força Nacional de Segurança. Amigo do Presidente da República e sem mandato, o ex-deputado Alberto Fraga continua como principal cotado para a vaga.