O presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta terça-feira que testou positivo para o coronavírus e que vai, claro, passar para o resguardo e cuidados necessários. Hoje, no mundo, isso pode ocorrer com qualquer pessoa. Ninguém “merece” uma doença, como já começaram a espalhar os haters nas redes sociais. Mas é importante destacar: Bolsonaro fez pouco caso da gravidade do vírus desde o início da crise.
Continua depois da publicidade
Sem atender as recomendações das autoridades de saúde, participou de eventos sem máscara, promoveu aglomerações e não evitou contato direto com interlocutores. Em março, ao visitar uma cidade satélite no Distrito Federal, chegou a dizer que era preciso enfrentar o vírus como “homem e não como moleque”.
>> Bolsonaro com coronavírus coloca políticos de SC em isolamento
No último sábado, o presidente participou de um evento com políticos em Santa Catarina, onde houve apertos de mão e conversas de perto. O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, está com coronavírus e não participou do evento. A vice-governadora, Daniela Cristina Reinehr, fez o teste na semana passada e afirmou que deu negativo. Uma funcionária da vice-governadora está com a doença. Na tarde desta terça-feira, o governo de SC deve divulgar uma nota sobre o evento e a presença do presidente.
Ministros mais próximos de Bolsonaro estão sendo submetidos ao teste de Covid. Há um temor no Palácio do Planalto de uma segunda onda da doença entre os servidores. Já houve uma primeira, no início do ano, quando uma comitiva voltou dos Estados Unidos com muitos dos integrantes contaminados.
Continua depois da publicidade
Depois do anúncio, o presidente disse à imprensa:
— Até daqui a uma semana.
Fica a lição: todos devem ouvir o que dizem as autoridades de saúde. O resto é bravata.
Leia também:
Opinião: Pelo bem da sua saúde, não siga o exemplo de Bolsonaro
“Não sou coveiro”, diz Bolsonaro sobre qual seria número aceitável de mortes por coronavírus