
Análise
Se o ano só engrena depois do Carnaval, 2020 começa muito mal para as relações entre Jair Bolsonaro e o Congresso. E, ao contrário do que possam pregar os seguidores mais apaixonados do presidente, isso é ruim para o país. Se a equipe econômica não conseguir emplacar ao menos uma das reformas neste primeiro semestre, não haverá nenhum fato novo para empolgar o mercado.
Restará ao pessoal do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) tentar acelerar as privatizações, mas em um ambiente de desconfiança dos investidores. Em uma democracia sólida, os poderes se respeitam e convivem sem ameaças. Bolsonaro não nega que tenha divulgado em um grupo de amigos vídeo de incentivo às manifestações contra o Congresso. Ele alega que é questão de "cunho pessoal".
Se tivesse a real dimensão do peso da Presidência da República, nem de brincadeira teria tal iniciativa. Diante da reação imediata, Jair Bolsonaro correu para dizer que não pretendia atacar instituições e desautorizou a participação de ministros na manifestação. Ele, mais uma vez, testa os limites da democracia como se ainda fosse um irresponsável deputado do baixo clero.
Não autorizado
À coluna, o general Hamilton Mourão afirmou que não autorizou o uso de sua imagem na convocação para a manifestação contra o Congresso. O vice-presidente destacou ainda que o anonimato das redes sociais faz com que as pessoas publiquem o que bem entendem. Ele fez questão de dizer que não apoia o protesto.
— De minha parte, não haverá nenhuma convocação, até porque nunca participei de atos dessa natureza.
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