Os detalhes da trama golpista que vêm à tona com a prisão de quatro militares e um agente da Polícia Federal, nesta terça-feira (19), mostram de forma taxativa o quão perto o Brasil esteve de uma ruptura institucional com requintes de conspiracionismo e violência – e como as instituições preservaram o país e a democracia de um golpe.
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Os planos para a tentativa de assassinato do presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, que então respondia pelo comando do Tribunal Superior Eleitoral, não foram palavras ao vento. Chegaram às vias de execução, conforme a apuração da PF.
Entre os planejadores, segundo o inquérito, estaria ninguém menos que o general Braga Netto, que era vice na chapa de Bolsonaro em 2022.
As revelações da Polícia Federal apontam que os pesos e contrapesos da democracia, ainda que combalidos pelas tentativas de desestruturação por anos de afrouxamento, funcionaram – e seguem funcionando. O golpe foi barrado, e os responsáveis estão sendo expostos. É fundamental que sejam exemplarmente punidos.
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Quem são os alvos da PF presos por planejar golpe e atentado contra Lula, Alckmin e Moraes
Vale lembrar que a prisão dos militares e do agente da PF ocorre menos de uma semana depois de um atentado a bomba contra o Supremo – num recado importante, mas preocupante, de que a semente do golpismo continua gerando frutos podres.
Naturalizar um roteiro que incluiu minuta de golpe, tentativa de atentado em aeroporto, quebra-quebra nas ruas, invasão às sedes dos Três Poderes e – agora sabemos – um plano homicida – é normalizar o absurdo, o crime.
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