A reta final da campanha para as eleições municipais vem selando uma disputa entre PL e PSD na maioria das grandes cidades no Estado, antecipando a polarização, no campo da direita, que Santa Catarina deverá assistir em 2026.

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Em cidades como Criciúma, Itajaí, Balneário Camboriú, onde concorrem diretamente, e Blumenau e Joinville, onde o PSD está junto com o Novo, os dois partidos disputam a mesma fatia do eleitorado. É o resultado de dois movimentos paralelos em nível nacional: o PL aposta na ampliação das prefeituras em todo o país, de carona na onda Bolsonaro. O PSD também investe em pulverizar candidaturas viáveis, numa estratégia desenhada por Gilberto Kassab.

Ambos estão de olho em 2026, especialmente na eleição legislativa: mais prefeituras significam mais cabos eleitorais para eleger candidatos ao Congresso Nacional, que hoje detém um terço do orçamento nacional.

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Um sinal dessa polarização foi a convocação do deputado federal Níkolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, para apoiar candidaturas em Blumenau, Timbó, Balneário Camboriú e Itajaí. Níkolas vem fazendo uma campanha anti-PSD nas redes sociais, chamando o partido de “inimigo oculto” do bolsonarismo.

Já o PSD aposta na prata da casa: mesmo em campanha em Chapecó, onde tenta a reeleição, o prefeito bolsonarista João Rodrigues tem rodado o Estado apoiando candidaturas do partido e questionando o monopólio do PL sobre o bolsonarismo.

O fato é que os dois partidos concorrem pelo mesmo perfil de eleitor. Embora o PSD integre a base do governo Lula em Brasília, numa posição de centro, o partido se coloca à direita em Santa Catarina.

Essa queda de braços antecipa uma provável disputa entre o governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito de Chapecó pelo governo do Estado em 2026. Já se falou muito em uma união de forças no futuro, com João Rodrigues disputando o Senado enquanto Jorginho vai à reeleição. Mas, no cenário de hoje, essa hipótese parece menos provável.

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É  por isso que o resultado das eleições municipais interessa tanto aos dois partidos: a corrida apontará quem chegará com vantagem, e com maior poder de barganha, à próxima eleição.

E Topázio?

O cenário que sairá desta disputa eleitoral entre PL e PSD coloca um grande ponto de interrogação sobre o rumo político do prefeito Topázio Neto (PSD), em Florianópolis. Na Capital, o PSD tem o PL como vice, com Maryanne Mattos, e a campanha é comandada por ninguém menos que Filipe Mello, o filho zero-dois do governador Jorginho Mello.

Com a relação entre os dois partidos momentaneamente azedada, não será surpresa se Topázio tiver que escolher entre um e outro.

De cabeça

O governador Jorginho Mello, aliás, entrou de cabeça na campanha em Florianópolis. E Topázio tem usado a proximidade como ativo eleitoral. A propaganda eleitoral do atual prefeito tem destacado a figura do governador – inclusive com “troca de passes” entre eles.

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