As discussões sobre a viabilidade de uma nova ligação entre Itajaí e Navegantes voltaram à tona com a proposta de uma empresa de Balneário Camboriú, que apresentou um projeto de ponte retrátil. A estrutura seria construída entre os molhes de Itajaí e Navegantes, e teria financiamento privado _ a proposta é que seja um investimento dos terminais portuários, em troca de aumentar o período de concessão.

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Ricardo Loppnow, advogado, comanda as empresas Planne Engenharia e Samila Projetos Especiais, que assinam o projeto. Segundo ele, a ideia veio de parcerias com engenheiros da Holanda e da Áustria que estiveram na região para outros trabalhos. A vantagem, afirma, é o custo. A estimativa é de até R$ 150 milhões, contra previsões que poderiam chegar perto de R$ 1 bilhão no caso de um túnel submerso _ outra ideia que já foi debatida como alternativa à ligação.

A proposta prevê duas estruturas metálicas, ligadas nos molhes, que sejam capazes de juntarem-se e separarem-se para dar espaço às manobras dos navios. O sistema é semelhante ao de uma gaveta, diz Loppnow, com trilhos que permitem deslizar as duas partes da pista.

Como a ideia é ter investimento 100% privado, a ideia é permitir a cobrança de pedágio. O valor arrecadado seria usado na manutenção e, as sobras, para investimento público.

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O empresário diz que já apresentou previamente o projeto à Marinha, à Secretaria Nacional de Portos da Presidência da República e ao Ministério dos Transportes. Nas próximas semanas, deve levar a proposta à prefeitura de Itajaí.

Retorno é incerto

A ideia de viabilizar a ponte com recursos dos terminais portuários, em troca de tempo de concessão pública, é prevista em lei. O projeto, no entanto, pode esbarrar na burocracia que as empresas encontram na hora de cobrar a contrapartida do governo federal. A APM Terminals, arrendatária do Porto de Itajaí, espera há anos compensação por R$ 92 milhões gastos nos reparos pós-enchentes e pelo período em que o porto operou parcialmente devido aos estragos. Os argumentos fazem parte da proposta de reequilíbrio econômico, que pede alargamento do prazo de concessão do Porto de Itajaí.

Ficou pelo caminho

A última proposta da iniciativa privada para a ligação entre Itajaí e Navegantes seria apresentada pela Odebrecht. Pouco antes de ser envolvida na Operação Lava Jato, a gigante brasileira enviou engenheiros a Itajaí para conhecerem as especificidades locais. A empresa iria propor um túnel submerso, de alta tecnologia.

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