O choque entre os direitos individuais e coletivos ganhou uma nova dimensão em meio à pandemia do novo coronavírus. O limite ético entre atender ao próprio desejo de bem-estar ou garantir ao outro a preservação da saúde e da vida tem contornos ainda mais salientes depois que nossa rotina passou a ser governada por um inimigo invisível, ainda sem data para ir embora.

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Em nome do senso de coletividade cobrimos o rosto com máscaras, evitamos os beijos e abraços, deixamos de visitar os amigos. O mundo se trancou dentro de casa. Um esforço conjunto para proteger especialmente os mais frágeis, aqueles que correm mais risco de sucumbir à covid-19.

Milhares adoeceram em SC, dezenas morreram. Há outros milhares de desempregados, empresários com dificuldades, e a previsão é de que as consequências econômicas da pandemia ainda sejam sentidas depois que o vírus for embora.

Por isso as cenas que vieram a público nos últimos dias, de insanas festas privadas no Estado, parecem tão mesquinhas. Os encontros, feitos para gente com dinheiro de sobra e juízo de menos, ocorrem em espaços fechados, particulares, para burlar as regras de distanciamento social que nos protegem, hoje, de uma aceleração no número de casos de covid-19 – que não escolhe conta bancária nem endereço.

É o retrato de uma sociedade egoísta, acostumada a viver na própria bolha. Uma falta de noção que escancara a pobreza de quem pode conhecer o mundo, mas não consegue olhar para além do próprio umbigo.

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