
Camboriú
A labradora Eva, a partir de agora, será os olhos da gaúcha Jéssica Antonio, 25 anos. Eva é a 28ª cão-guia entregue pelo projeto de formação de instrutores do Instituto Federal Catarinense (IFC), em Camboriú, pioneiro no país.
Jéssica trabalha na Defensoria Pública estadual do Rio Grande do Sul, e fazia parte do cadastro para obtenção de cão-guia na região Sul. Os cães treinados em Camboriú são destinados a deficientes visuais no RS, Paraná e Santa Catarina.
A primeira fase de adaptação ocorreu no IFC – momento em que Jéssica e Eva têm o primeiro contato, e criam vínculos. Após a entrega oficial, a segunda fase ocorre em Porto Alegre, onde Jéssica mora, para que Eva se habitue à rotina e aos locais que a nova tutora costuma frequentar.
O projeto cão-guia se prepara para entrar numa nova fase em Camboriú, com a primeira turma de pós-graduação para futuros instrutores vindos da comunidades _ até então, o curso era destinado somente a servidores de institutos federais. As aulas começam em fevereiro, e os selecionados vêm de todo o país.
O curso do IFC Camboriú nasceu ligado à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, já entregou 28 cães gratuitamente e é o primeiro projeto federal de multiplicação de centros de treinamento no Brasil. Os primeiros professores preparados no curso estão ligados a outros institutos federais, e têm a responsabilidade de educar novos guias para suas regiões de origem.
Os relatos dos usuários são de que, com o cão, o maior salto na qualidade de vida é a independência. A velocidade de caminhada volta à naturalidade com o abandono da bengala, e o animalzinho é um importante meio de inclusão social para o deficiente.
Somados os completamente cegos e pessoas com baixa visão, o Brasil tem hoje 6 milhões de deficientes visuais. Boa parte poderia ter um cão-guia, mas o número de animais treinados no país não chega a 160.
- Cães-guias têm direito assegurado de usar o transporte público e de entrar em qualquer lugar, como restaurantes, shoppings, hotéis ou supermercados
- Ao encontrar um cão-guia, não chame a atenção dele nem o afague para não distraí-lo
- Nunca ofereça comida a um cão quando ele estiver a trabalho
- Cães-guias não usam focinheiras
- Labradores, golden retrievers e flat coated retrievers são as raças usadas no Brasil para o treinamento
- É preciso estar inscrito no Cadastro Nacional feito pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República
- A triagem é feita por regiões. Quando há disponibilidade, os deficientes visuais recebem um telegrama com pedido de laudo médico e um vídeo, que mostre como ele se desloca e qual sua mobilidade.
- Instrutores, psicólogos e assistentes sociais fazem visitas para entender o estilo de vida e as necessidades do candidato.
- Se houver um cão compatível com a personalidade, velocidade de caminhada e estrutura física do deficiente visual, ele é chamado para iniciar a adaptação
- Nas três primeiras semanas de adaptação o deficiente visual fica alojado na sede do IFC em Camboriú na companhia do cão e de instrutores, para que os dois iniciem a parceria.
- A última semana é na casa do deficiente visual, também na companhia do instrutor, para que o cão se adeque à nova rotina
- O acompanhamento periódico vai ocorrer pelos próximos cinco anos.
O socializador é um voluntário, que ficará com o filhote durante um período pré-determinado, e terá responsabilidade de dar a ele as primeiras noções de como se portar nos diferentes lugares, durante o trabalho de cão-guia.
- No site do IFC Camboriú (camboriu.ifc.edu.br), clique sobre o banner do curso de instrutores de cães-guias e faça o cadastro
- Técnicos visitarão a casa e vão entrevistar a família candidata
- É importante, além da boa intenção, oferecer segurança para evitar que o cãozinho fuja ou seja roubado.
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