A grande festa preparada para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília, celebra a vitória não apenas de um grupo político, de um presidente eleito, mas da democracia. Lula assume o terceiro mandato após um conturbado processo eleitoral, permeado por tensões e contestações falaciosas. O Brasil resistiu.

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Mas os desafios que esperam por Lula superam as esperanças. O Brasil viveu anos difíceis, em que as divisões foram alimentadas, o isolamento no cenário internacional foi incentivado, e políticas públicas foram desmontadas. O trabalho de Lula e da equipe terá que ser afinado, ajustado, para evitar os tropeços.

A escolha dos novos ministros, por exemplo, encontrou percalços. Lula encontrou críticas por privilegiar Fernando Haddad e pela demora em ajustar espaço para Simone Tebet (MDB). A composição deixou os partidos da frente ampla em postos secundários no governo, mais distantes do “núcleo duro” de interlocução.

Lula encontrará um clima muito diferente dos que experimentou em 2002 e 2006, nas duas vezes primeiras vezes em que esteve à frente do governo. Enfrentará uma oposição pesada, no Congresso e nas ruas. É fundamental que a nova gestão compreenda e trabalhe essas diferenças.

Não há espaço para erros no governo, sob pena de colocar em risco, mais uma vez, a estabilidade democrática do país.

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