Responsável pelo armamento e o moderno sistema de sensores e radares que equiparão as fragatas Classe Tamandaré, que estão sendo produzidas em Itajaí para a Marinha do Brasil, a Atech, subsidiária da Embraer, tem no comando um engenheiro que leva Santa Catarina no DNA profissional.
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CEO da empresa desde o ano passado, Rodrigo Persico é paulista, mas estudou Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Catairna (UFSC). Ele trabalhou na Embraco, em Joinville, antes de ingressar na Embraer, onde está há mais de 20 anos. Até assumir o comando da Atech, ocupava o cargo de Vice-Presidente de Inteligência de Mercado da Embraer Defesa e Segurança.
A Atech é referência nacional e internacional de projetos para as Forças Armadas e para o setor de segurança. Ao longo das duas últimas décadas, tem atuado nos principais programas das Forças Armadas do Brasil e em projetos estratégicos na América do Sul, Ásia, Oriente Médio e no Norte da África. Recentemente, a gigante brasileira assinou dois contratos com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), no valor de US$ 17 milhões, para modernizar e atualizar os centros de controle e o sistema de gestão de fluxo do epaço aéreo do Brasil.
Em Santa Catarina, a Atech integra o consórcio Águas Azuis, que constrói navios do tipo fragata para a Marinha do Brasil em Itajaí. A primeira delas, lançada no dia 9 de agosto, foi colocada na água para passar pelos testes embarcados e receber o arsenal, que inclui mísseis antiaéreo e antinavio, canhões, metralhadoras e torpedo submarino. Mas Persico diz que o potencial de defesa da embarcação vai além do armamento:
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– A fragata tem uma infinidade de sensores que ajudam a ver o que tá acontecendo lá na frente. Tem muitos armamentos instalados, mas sobretudo é um veículo que pode proteger olhando além de onde ela está, muito além das nossas fronteiras – avalia.
Todo o processo de construção dos navios inclui transferência de tecnologia entre Alemanha e Brasil – inclusive armamentos e sistemas de defesa – o que exige uma adaptação dos sistemas da embarcação que serviu de base para as fragatas, a alemã Mekko 100, às necessidades da Marinha brasileira. Esse trabalho é feito pela Atech
– Essa adaptação não é simples, tem muitos requisitos. Não só transferimos como desenvolvemos esse diferencial que torna a fragata única para a Marinha do Brasil. Isso é feito por nós, por engenheiros brasileiros, e fica aqui no país – diz Persico.
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Um dos objetivos do programa e da parceria em Santa Catarina é grantir que essas inovações desenvolvidas para o projeto das fragatas tragam avanço para o setor de tecnologia de defesa. A ideia é que o know how fortaleça a indústria de construção naval de defesa, e aumente o potencial exportador do Brasil no setor.
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– A ideia é que isso que se desenvolveu aqui (em SC) seja perene, que outras fragatas e outras embarcações no futuro possam usar isso. Em cada oportunidade de vender uma fragata dessa, um aparelho tão tecnologicamente avançado para outros países, a gente vai estar junto. Temos não só expectativa, mas o foco de que isso aconteça – afirma o engenheiro.