Uma operação conjunta entre Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal de Balneário Camboriú cumpriu nove mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira, em busca de provas da venda ilegal de terrenos na ocupação Vila Fortaleza, no Bairro da Barra. Hoje há cerca de 1,5 mil pessoas vivendo no loteamento clandestino. Entre elas, mais de 400 crianças.

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As investigações que levaram à operação começaram no ano passado. A polícia recolheu documentos frios de compra e venda de terras, muitos deles em nome de laranjas, e também celulares, que passarão por perícia. A intenção é esclarecer a maneira como os vendedores atuam, e até que ponto fazem isso em conjunto e organizadamente.

O delegado Cleverson Parmesan, que responde pela investigação, diz que 15 a 20 nomes aparecem no inquérito. Todos, segundo ele, com o mesmo perfil: pessoas simples, sem antecedentes criminais graves, que viram na venda dos terrenos ilegais uma maneira de ganhar dinheiro fácil.

Há suspeitas da polícia de que pelo menos uma parte dos investigados, que atua há mais tempo na região, tenha formado uma espécie de milícia, cobrando pela instalação irregular de energia elétrica e ameaçando quem atrasasse o pagamento pelos lotes. Houve, inclusive, uma tentativa de homicídio que estaria ligada a esse tipo de cobrança, segundo o delegado.

A intenção da polícia, agora, é esclarecer quais os crimes que cada um dos investigados cometeram, para dar sequência ao processo. A área da Vila Fortaleza está judicializada, com pedidos de reintegração de posse por parte dos donos dos terrenos. No início do ano, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina derrubou uma decisão que desocupava a área à força, mas determinou que não se construam novas casas no local até uma decisão definitiva da Justiça.

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Pedro Fagundes, diretor do Departamento de Contenção de Ocupação Irregular em Balneário Camboriú (DCOI), diz que os terrenos eram vendidos entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, parcelados. No mesmo bairro, os lotes chegam a custar R$ 300 mil.