A ordem de prisão do prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), repercute internamente no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Reservadamente, pares da desembargadora Cinthia Schaefer, que autorizou a segunda fase da Operação Caronte, viram com ressalvas a decisão.
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Fonte ouvida pela coluna relatou que alguns desembargadores ficaram “estarrecidos” e preocupados com a repercussão do caso para o Judiciário.
O motivo da repercussão negativa nos bastidores foi o contexto, diante do convite do governador Jorginho Mello (PL) à desembargadora para assumir a Secretaria de Administração Prisional.
Já havia um mal-estar no ar desde uma entrevista concedida por Cinthia Schaefer à jornalista Soledad Urrutia no fim de agosto, em que ela confirmou o convite do governador e sinalizou estar disposta a aceitar. A coluna apurou, no entanto, que a desembargadora teria mudado de ideia e deve declinar da proposta.
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Tribunal derruba sigilo de operação que prendeu Clésio Salvaro; veja a decisão
Cinthia Schaefer é a relatora da Operação Caronte e estava de plantão quando assinou o despacho – portanto, não há anormalidade no fato de ser dela a decisão que determinou a prisão do prefeito, atendendo a um pedido do Ministério Público. Mas o momento de corrida eleitoral e a brecha para eventuais alegações de sobreposição de interesses incomodou membros do Tribunal.