Em nota, o comando do 1º Batalhão da Polícia Militar em Itajaí confirma oficialmente a informação trazida em primeira mão pela coluna, de que a operação contra pessoas em situação de rua na madrugada desta terça-feira (31) foi clandestina. O comunicado ressalta que não se tratava de uma ação institucional – portanto, não era uma operação oficial da PMSC – e foi feita “à revelia do Comando”.

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Operação clandestina da PM espanca moradores de rua e os obriga a caminhar até Balneário Camboriú

Assinada pelo comandante do Batalhão, tenente-coronel Ciro Adriano da Silva, a nota diz que será instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar os policiais envolvidos. A Corregedoria da PM já iniciou a tomada de depoimentos. Ainda pela manhã, representantes estiveram no Centro Pop de Itajaí, onde as pessoas abordadas na madrugada foram recolhidas, em busca de informações.

Imagens gravadas durante a “operação” ilegal mostram sete viaturas da Polícia Militar escoltando um grupo de mais de 30 pessoas em situação de rua que foram obrigadas a caminhar de Itajaí para Balneário Camboriú, pela BR-101. Ouvidas pela Assistência Social de Balneário, elas relataram que houve agressões verbais e espancamentos ao longo do percurso. Muitos tinham ferimentos.

O grupo ficou na rodovia até o início da manhã, quando foi resgatado pela Assistência Social de Itajaí, e levado ao Centro ao Pop. A prefeitura de Itajaí informou que também não tinha conhecimento da ação dos policiais.

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Veja a nota oficial do comando:

Sobre a informação de que pessoas em situação de rua foram retiradas da
cidade de Itajaí sendo conduzidas até a BR 101, o 1º Batalhão de Polícia Militar
esclarece que:

  1. Não se tratava de uma operação policial institucional e integrante de
    planejamento prévio, tendo sido feita à revelia e sem conhecimento de do
    Comando do Batalhão;
  2. As operações pela Polícia Militar que tem como foco as pessoas em
    situação de rua são realizadas em conjunto com outros órgãos, em
    especial a Assistência Social, a fim de assegurar as garantias
    fundamentais e dar o correto encaminhamento dentro do rol de direitos
    que estas pessoas possuem;
  3. Por fim, ressaltamos que este fato será apurado mediante IPM (Inquérito
    Policial Militar), para saber os motivos em que tal situação ocorreu; bem
    como, após a conclusão das devidas investigações, os responsáveis
    possam ser identificados e devidamente responder perante a legislação
    vigente a cerca de seus atos.

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