Identificado no fim da noite de quarta-feira (13) pelas autoridades como o homem que morreu ao provocar explosões nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), o catarinense Francisco Wanderley Luiz, de Rio do Sul, esteve durante a tarde no Anexo IV da Câmara dos Deputados, onde fica a maioria dos gabinetes dos deputados de Santa Catarina. Não era a primeira vez que ele passava por ali.
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Ao longo dos últimos meses, Francisco, que era conhecido em Rio do Sul como Tiü França, havia feito várias visitas ao Congresso Nacional. Em algumas delas, esteve no gabinete do deputado federal Jorge Goetten (Republicanos). Em agosto, fez uma visita guiada ao Supremo. Pouco antes do atentado, publicou nas redes sociais uma foto dentro do STF e escreveu que haviam deixado “a raposa entrar no galinheiro”.
Segundo informações do Governo do Distrito Federal, na quarta-feira ele esteve novamente circulando pelo Anexo IV da Câmara, que tem acesso público, controlado por seguranças e detectores de metais. Francisco também tentou entrar no STF, mas não conseguiu. O acesso ao Supremo é mais restrito, especialmente quando os ministros estão em sessão no plenário.
O catarinense estava morando em Ceilândia, região administrativa de Brasília, há cerca de quatro meses. O filho dele, Guilherme Antônio, disse que ele se mudou após o divórcio e não tinha mais contato com a família.
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Quem é Francisco Wanderley Luiz
Em Rio do Sul, Francisco era chaveiro, mas já havia sido dono de baladas. Quando foi candidato, em 2020, declarou à Justiça Eleitoral R$ 263 mil em bens, incluindo uma motocicleta, três carros e um prédio residencial.
No histórico de Francisco consta uma passagem pela polícia por ter realizado uma festa durante a pandemia, em meio às restrições sanitárias.
Nesta manhã, a polícia cumpriu mandados de busca na casa onde ele morou em Rio do Sul, onde foi recolhido um pen-drive e outros objetos.
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Em conversa com a coluna, o deputado federal Jorge Goetten disse que conhecia Francisco Wanderley Luiz há mais de 30 anos, e que nas visitas dele ao gabinete ambos falaram do passado. Segundo ele, a última passagem pelo gabinete ocorreu em agosto deste ano.
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O deputado diz que Luiz vinha apresentando sinais de depressão e citava como causa o divórcio. Ainda de acordo com Goetten, o ex-empresário não demonstrava, nessas conversas, o tom extremista e radical que destilou nas redes sociais antes de cometer o atentado.
– Lamento pelo que ocorreu, por ele e pelo que ele ocasionou. Poderia ter deixado mais vítimas. É coisa de quem não está bem mentalmente – afirmou o deputado.
As explosões causaram pânico na Praça dos Três Poderes, onde ficam o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. No horário em que ocorreu o atentado muitos servidores estavam circulando, indo para casa.
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Segundo informações da polícia do Distrito Federal, a maior parte dos explosivos que estavam no carro de Francisco, um Kia Shuma prateado, não foi acionada. Dentro do carro havia material explosivo e tijolos, que poderiam ter atingido pessoas a longas distâncias.
Na quitinete onde ele morava, em Ceilândia, foram localizados mais explosivos – o que sinaliza a preparação para o atentado.
As investigações estão a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF). A depender do andamento, o caso pode ser enquadrado no inquérito que apura os atentados de 8 de janeiro.
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