O secretário de Estado de Infraestrutura, Carlos Hassler, disse nesta sexta-feira que o Estado não considera concluída a obra da nova bacia de evolução de Itajaí – mas, sim, terminado o contrato de execução. Hassler reconhece que a estrutura não está pronta e em condições operacionais, mas ressalta que os serviços contratados foram feitos “com os quantitativos possíveis de serem aditivados”.

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A obra custou R$ 125 milhões, e vai demandar um investimento de mais R$ 45,5 milhões para que possa ser homologada pela Marinha para a manobra de grandes navios. O Estado alega que a Triunfo, empresa contratada para o serviço, cumpriu o volume de dragagem previsto em contrato, mas será necessária retirada de mais material do que estava previsto no projeto.

– Esgotamos os 25% (de aditivos legais) e quando chegou ao final não tinha mais como inserir esse serviço. O contrato está concluído e entregue – afirmou o secretário.

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Hassler diz que o Estado continuou participando das tratativas para dar sequência à obra – o que será feito pela Superintendência do Porto de Itajaí, que pagará R$ 40 milhões pelos serviços de dragagem e retirada de pedras, e pela Portonave, em Navegantes, que pagará R$ 5,5 milhões pelo transporte de equipamentos.

– Nossa costura garantiu que a obra vai ficar pronta – afirma o secretário.

Faltou gestão, aponta Fiesc

No site Monitora Fiesc, mantido pela Federação das Indústrias de SC para acompanhar as principais obras do Estado, a bacia de evolução aparece como concluída em 2 de abril. Os dados levam em conta o contrato, mas o secretário-executivo da Câmara de Transporte e Logística, Egídio Martorano, pediu à equipe que mantém o site que altere o status para “obra não concluída”. Segundo ele, ter uma obra com contrato considerado completo, mas que não está pronta de fato, é uma situação inédita no monitoramento.

– Houve algum problema de gestão de obra, é preciso apurar o que ocorreu. Tinha profundidade a ser atingida, e não foi – diz Martorano, que ressalta a relevância da obra para o Estado:

_ É essencial para Santa Catarina. Não só para o Porto de Itajaí, para Navegantes. Se não tivermos a bacia, vamos perder mercado – avalia.

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A abertura da bacia de evolução de Itajaí faz parte do Pacto por Santa Catarina, uma série de obras que foram financiadas pelo Estado, no governo Raimundo Colombo (PSD). Um dos pré-requisitos dos financiamentos é a obrigatoriedade de que as obras sejam concluídas, sob risco de o Estado ter dificuldades em firmar novos convênios. O secretário Hassler disse que a parceria com o Porto de Itajaí e a Portonave evitarão futuros problemas.