O alargamento da faixa de areia da Praia Central, em Balneário Camboriú, que teve o projeto executivo entregue esta semana ao prefeito Fabrício Oliveira (PSB) pelo Instituto +BC, é considerado vital pela prefeitura. Imagens feitas com o auxílio de satélite mostram que o mar avançou consideravelmente. Na Barra Sul, a faixa de areia reduziu 43 metros em um período de sete anos _ o que acendeu o sinal de alerta.
Continua depois da publicidade
Alargamento é orçado em até R$ 105 mil
O empresariado comemorou a agilização do projeto, mas entidades de classe pedem para acompanhar de perto o andamento da obra. Isto porque há questões que são consideradas desafios e pontos de atenção. Confira:
Manter as características da praia
A maneira como o mar se comporta na praia depende de uma série de fatores, entre eles o tipo de areia. Por isso a escolha da jazida é considerada ponto crucial no projeto de alargamento da faixa de areia. Na Barra Sul, por exemplo, o aterro feito há mais de uma década tem claramente uma areia diferente do restante da praia.
Continua depois da publicidade
Se a areia for muito fina, deixa a praia plana demais. Se muito grossa, a transforma em praia de tombo, mais inclinada. E se tiver muita lama, a praia fica com a areia mais escura.
A jazida escolhida em 2012 teve a areia analisada em testes químicos, que teriam garantido o mesmo padrão da Praia Central.
Relação praia-cidade
Esta é uma discussão que ainda vai demandar mais tempo. A segunda fase do projeto, que prevê as obras de urbanização, são a principal preocupação de entidades como a CDL.
Eliane Colla, presidente da CDL, diz que a associação quer ter voz ativa na definição do novo modelo de urbanização da praia. Uma das propostas inclui diversificar a oferta de alimentos na beira do mar, e reduzir o número de barraquinhas de milho e churros. Hoje, são perto de 160 em menos de seis quilômetros de praia.
Continua depois da publicidade
Sombreamento
Embora a prefeitura não admita que a sombra dos prédios altos sobre a areia da praia é um dos motivadores para o alargamento da Praia Central, o fato é que a obra vai aumentar o período de sol em Balneário Camboriú. Entidades ambientais chamam atenção para que o modelo de cidade seja pensado de forma que edifícios ainda mais altos não tragam novas sombras para a areia.
Capacidade de carga
O Instituto Pró-Natura, ONG ambiental de Balneário Camboriú, chama atenção para a necessidade de Balneário Camboriú levar em conta o aumento da carga turística que deverá vir junto com o engordamento da Praia Central. A cidade deve estar preparada para uma maior demanda de abastecimento de água e saneamento, para que não haja perda de qualidade de vida.