Por toda a Rússia há sempre muito respeito e preservação das memórias da URSS. Entre estátuas, nomes de rua, souvenirs, praças, chapéus com símbolos comunistas, uma das lembranças que remetem não só a história da união soviética como também traz um pouco da atmosfera da Segunda Guerra Mundial é o abrigo nuclear construído para o líder do governo em 1942, Joseph Stalin.
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Os guias, acostumados a atender dois a três grupos por dia, têm tido muito mais trabalho durante o mundial. Há sempre fila e o número de visitas guiadas quadriplicou. Tanto é que o museu contratou guias em inglês e espanhol para visitas ao preço de aproximadamente 15 reais
Localizado abaixo do prédio da Academia de Cultura, em uma entrada lateral, fica um dos maiores segredos da URSS. Achar o Bunker do Stalin não é tarefa tão simples sem a ajuda de um celular ou GPS. Em uma das avenidas principais de Samara, em um papel colado provisoriamente com fitas adesivas para avisar aos turistas que estão na cidade, uma seta e em letras garrafais um aviso “Stalin`s Bunker” apontam para um beco simples.
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É a única publicidade do museu na cidade inteira. Mesmo na época da sua construção em 1942, ninguém entendia o porquê de tantos caminhões de terra que saiam daquele endereço todos os dias. Até hoje ninguém sabe exatamente como aquele local nunca tenha sido revelado pelos mais de 2900 trabalhadores e 800 engenheiros que fizeram a obra. Segundo a KGB e depois a FSB, somente em 1990 o local se tornou de conhecimento público. Um dos rumores é que as pessoas foram assassinadas depois de terminarem o serviço. Mas não há prova alguma que sustente isso. O mais certo, segundo pesquisadores locais, é que a população de Samara tenha construído e que eles tenham assinado um termo de confidencialidade.
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Em 1990 o Bunker do Stalin foi desclassificado e em 1991 se tornou um museu onde guias explicam um pouco da história de Samara através da história da construção.
Durante a Segunda Guerra Mundial, com o front da batalha muito próxima da capital Moscou, o líder comunista assinou um decreto que transferiu a capital para Samara e fez com que líderes, fábricas e demais setores importantes para a URSS se mudassem para lá. Apenas ele decidiu se manter em Moscou e por isso o Bunker do Stalin nunca foi visto ou usado por ele mesmo. O motivo de escolherem Samara como a capital emergencial é devido á importância econômica, pois lá foi o primeiro local na Russia a ser descoberto o uma fonte de petróleo, além do fato de ser uma cidade às margens do Rio Volga, o maior rio da Europa, local onde mantimentos e equipamentos poderiam chegar facilmente através de barcos para manter a cidade.
O abrigo tem cerca de 40 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de 12 andares. Durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria foi o abrigo mais profundo do mundo. O de Adolf Hitler em Berlim, por exemplo, tinha apenas 16 metros de profundidade. A construção tem sistema de reciclagem de ar e estação de energia que até hoje estão em funcionamento. Foi construído para resistir um ataque aéreo direto de uma bomba e é possível viver por ao menos cinco dias trancados. Ao total cerca de 600 pessoas poderiam se abrigar no Bunker. No espaço mais profundo há duas salas, em uma, o salão de conferência, 115 pessoas poderiam se abrigar. na outra, o escritório pessoal de Stalin, ele e uma pequena equipe direta. Nos níveis superiores há outras salas onde seriam abrigados soldados, equipe técnica e também reservatórios de comida.
Nas paredes do escritório de Stalin, um mesa e um abajour. Na parede o retrato de Mikhail Kutuzov, ídolo de Stálin e figura militar responsável pela resistência contra Napoleão Bonaparte durante a guerra napoleônica. No caminho para chegar ao ponto mais profundo do bunker, ao menos três paradas em antesalas que foram arrumadas com mapas, fotografias e histórias sobre Samara e Stalin. Na sala de reunião e conferência, três enormes retratos: Karl Marx, Eggels e Lênin.
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Além de tudo, a visita pode ser uma alternativa para fugir do calor forte de Samara durante o verão: na rua o ponteiro marcava 37 graus. Dentro, uma agradável temperatura de 20 graus.
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