O vídeo que mostra o promotor Jonnathan Agustutus Kuhnen fazendo comentários sobre violência doméstica na pandemia repercutiu entre os grupos que trabalham contra a violência de gênero em Santa Catarina. Nele, Kuhnen ri depois de comentar que “a mulherada tá apanhando pra c*”. Ele complementa dizendo “é ruim, eu fico triste”, e que “qualquer coisinha é um motivo”. 

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A presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica de SC, Ingrid Chineppe Hofstätter, disse que é inaceitável um comentário como o do promotor.

— A gente tem que ter muito cuidado, não apenas um promotor, mas qualquer pessoa envolvida na rede de proteção pra mostrar uma postura de seriedade porque é inaceitável que a gente brinque com o cometimento de um crime, ainda mais um crime que fere a nossa sociedade dessa maneira — comentou.

Para a professora Mareli Graupe, que atua em um projeto sobre judicialização da violência de gênero em Lages, é preciso que os homens mudem as atitudes e a forma de pensar.

— Nós não podemos aceitar que autoridades nossas façam piadas, usem qualquer discurso que desqualifique as mulheres. E agora nós temos que lutar contra qualquer discurso desvalorize as mulheres. Isso é uma disseminação de preconceito — disse a professora.

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O comentário do promotor foi feito no intervalo de uma aula de doutorado em Direito, do Centro Universitário Unifacvest, de Lages. A cidade da Serra catarinense aparece em segundo lugar de pedidos de medidas protetivas ao judiciário no Estado, conforme o último levantamento do Tribunal de Justiça realizado em maio deste ano. Foram feitos 60 pedidos de medidas protetivas só em maio, ficando atrás apenas de Florianópolis com 85.

Em entrevista ao Diário Catarinense, o promotor disse que “em momento algum quis incentivar ou fazer graça da violência contra a mulher. Muito pelo contrário. Estávamos conversando informalmente durante uma aula, da qual sou aluno, sobre o tema, e eu deixo claro que essa situação me entristece”.

O promotor ainda comenta sobre os casos de agressão na pandemia. “Em tempos de pandemia bem sabemos que muitas mulheres sofrem calada dentro de casa. É preciso denunciar, violência doméstica é crime. Tenho 22 anos de Ministério Público e em nenhum momento sofri qualquer sanção ou penalidade”, disse o promotor. 

A Corregedoria Geral do Ministério Público está apurando a conduta do promotor.

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