Blumenau acompanha a distância as negociações (e polêmicas) sobre a compra de vacinas contra o coronavírus no Brasil. Até o momento, a prefeitura não manifestou intenção de adquirir diretamente imunizantes. Há duas perspectivas para a vacinação dos blumenauenses: via Ministério da Saúde ou Federação Catarinense dos Municípios (Fecam). Em ambos os casos, não há previsão segura de quando as vacinas estarão disponíveis.
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Embora Reino Unido e Rússia já tenham iniciado campanhas de vacinação contra a Covid-19, até o momento nenhuma vacina no Brasil recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Secretaria Municipal de Promoção da Saúde informou, por meio de nota, que “aguarda uma decisão do Governo Estadual e da Fecam. Independente da vacina que estiver disponível, a coordenação de imunização da Semus já possui logística planejada para as ações”.
Campanhas de vacinação geralmente são promovidas pelo Ministério da Saúde. Os municípios recebem doses, kits e os protocolos prontos para executar a operação. Desta vez, porém, prefeitos e governadores vêm manifestando dúvidas sobre a eficiência federal para adquirir e distribuir os imunizantes.
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O ministério anunciou acordos para comprar doses de duas vacinas: a da Universidade de Oxford em parceria com o laboratório Astrazeneca e a da farmacêutica Pfizer. Mas falas desencontradas do ministro Eduardo Pazuello sobre prazos geraram insegurança. Some-se a isso a disputa político-eleitoreira entre Jair Bolsonaro (sem partido) e João Dória (PSDB) sobre o protagonismo da vacinação.
Tudo isso estimulou a abertura de uma segunda frente, na Fecam. Os municípios catarinenses estabeleceram contato com o Instituto Butantan para a compra de doses da vacina da empresa chinesa Sinovac. Ainda não está claro quanto cada prefeitura desembolsaria para ter acesso à vacinação e nem quem estabeleceria os protocolos, uma vez que o Ministério da Saúde não participaria da operação.
Segundo a secretaria blumenauense, Brasília ainda não comunicou oficialmente os municípios sobre como será a logística de vacinação, “tendo em vista que ainda não se sabe qual vacina será disponibilizada”. A vacina da Pfizer depende de estrutura para armazenar as doses a 70 graus negativos. Com a de Oxford e a da Sinovac, os refrigeradores já existentes seriam suficientes.
De todo modo, a prefeitura informou estar preparando a rede de imunização, que já promove as vacinações de rotina e as campanhas nacionais do Ministério da Saúde. Mesma postura tem o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale do Itajaí (Cisamvi), que congrega outras 13 cidades.
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Câmara de Vereadores
Nesta semana, o vereador Jens Mantau (PSDB) apresentou um requerimento à Mesa Diretora da Câmara de Blumenau sugerindo que as sobras orçamentárias do Legislativo em 2020 sejam destinadas à compra de vacinas contra a Covid-19. Desde março o Legislativo já havia sinalizado o repasse desse dinheiro (cerca de R$ 7 milhões) para ações de combate à pandemia.
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