Distanciamento social, testagem em massa, máscaras e até vacinas. Nesses oito meses de pandemia de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro sabotou, em discursos e atitudes, as poucas armas disponíveis (ou à vista) contra o alastramento da doença. Os ataques do Planalto ajudaram a desacreditar medidas eficazes e impulsionar crenças sem base na realidade, como o tratamento precoce.
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> SC tem o maior número de casos ativos de Covid-19 desde o início da pandemia.
As mensagens são distribuídas por apoiadores complacentes aos desatinos presidenciais e por oportunistas interessados em aumentar o próprio alcance nas redes sociais. Em Santa Catarina, um deputado que não merece ter o nome citado estimulou os catarinenses a descumprir regras de prevenção.
Também há quem se omita, como a governadora Daniela Reinehr, que parece ter percebido a distância entre a verborragia presidencial e a dura realidade na gestão da pandemia, mas recua diante da primeira pressão.
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Nos municípios, prefeitos abriram mão de combater o vírus porque o termo “medidas restritivas” virou assombração. O eleitorado não quer nem ouvir falar, estimulado pelos discursos que vêm de cima. A uma semana do primeiro turno das eleições, o catarinense está largado à própria sorte.
Estudos internacionais apontam que países com os melhores resultados na contenção da pandemia têm duas características em comum: altos índices de confiança nas orientações das autoridades e coesão social. No Brasil, diz-se que a doença foi politizada. É pouco. A política é que adoeceu.
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