Dentre os setores econômicos mais expostos à crise da Covid-19, o ensino infantil privado luta para sobreviver ao segundo semestre. Com atividades a distância e uma boa margem de negociação das mensalidades, as creches particulares tentam conter a evasão, especialmente de crianças até três anos, que não têm a obrigação de frequentar escola.

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Em muitas unidades, o clima é desolador. Nem o atendimento por telefone foi mantido. Mas a maioria adaptou o ensino às condições possíveis, transferindo as atividades para a internet. Não sem dificuldades.

— Ensino infantil à distância é uma utopia sem um profissional ou um pai dando atenção para a criança presencialmente — constata Ivair Lourenço Fontana Lobo, diretor da Lumiere, na região da Alameda.

Em casa, se já estava difícil conciliar home office com as atividades escolares, o retorno ao trabalho presencial obrigou pais a providenciar companhia aos pequenos. As babás estão disputadíssimas.

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Estilo de vida

A Princesa Isabel, uma das mais tradicionais da cidade, socorreu famílias indicando ex-estagiários, desligados devido à crise. Mas a demanda de babás é maior que a oferta.

Entre os pais que puderam permanecer em casa, houve uma adaptação na marra.

— As famílias foram obrigadas a repensar seu estilo de vida — observa a diretora Heloisa Schuster.

Quarentena

Quem conseguiu reagir rápido à quarentena, em março, manteve ao menos 70% das matrículas. Mas descontos concedidos a famílias também afetadas pela crise consumiram parte do faturamento. Demissões atingiram principalmente estagiários, auxiliares e professores de contraturno.

Com crédito escasso e incerteza sobre o retorno às atividades presenciais, mesmo que restritas, os empresários do setor estão queimando economias.