É difícil de acreditar, mas existe uma obra federal em Blumenau mais atrasada que a duplicação da BR-470. Quando a sede da Justiça Federal começou a ser erguida atrás do parque Ramiro Ruediger, em março de 2012, o dólar custava menos de R$ 2, a presidente ainda era Dilma Rousseff (PT) e a rodovia federal nem ordem de serviço tinha. E não há perspectiva imediata de conclusão da casa própria para os juizados federais na cidade.
Continua depois da publicidade
> Receba notícias de Blumenau e região direto no Whatsapp.
Na quarta-feira (2), foi rescindido o contrato com a empreiteira vencedora da licitação para terminar o prédio de 10 andares. Segundo o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), os motivos foram o “continuado atraso e descumprimento do cronograma físico-financeiro da obra, com execução bem abaixo do previsto, falta de material e de pessoal no canteiro de obras, reclamações de colaboradores e fornecedores por falta de pagamento, atraso reiterado de pagamentos de obrigações trabalhistas e de insumos básicos”.
É a segunda empresa a interromper os trabalhos. Na primeira vez que isso ocorreu, em 2015, levou cinco anos para sair a nova concorrência. À época, lideranças de Blumenau chegaram a viajar a Porto Alegre para pedir agilidade ao TRF4. Só 30% da obra havia sido executada. Desta vez, a empresa havia proposto construir o restante do edifício por R$ 25 milhões.
O processo burocrático para reativar o canteiro de obras envolve calcular novamente o que foi executado, atualizar a planilha de custos e lançar outro edital de licitação. Segundo o TRF4, a expectativa é publicá-lo ainda em fevereiro, para que a interrupção “não ultrapasse muito além de dois meses”.
Continua depois da publicidade
A parada é uma ducha de água fria para servidores, juízes e demais operadores do Direito que hoje encontram os serviços da Justiça Federal divididos em três endereços, dois no Centro e um no Salto do Norte. Os aluguéis custam R$ 77 mil mensais.
O projeto do prédio, de uma década atrás, prevê 14,3 mil metros quadrados de área construída, espaço em que caberiam 10 varas federais, além de dois pavimentos de garagem, espaço de atendimento ao público, auditório e arquivo.
Em março de 2012, quando a novela começou, a construtora blumenauense Torresani havia acabado de lançar o Ibiza, edifício comercial de 26 pavimentos que viria a ser vizinho da Justiça Federal. O empreendimento privado foi concluído apenas quatro anos depois.
Receba textos e vídeos do colunista Evandro de Assis direto no WhatsApp. Basta clicar aqui.
Leia também
Duplicação da BR-470 terá mutirão milionário de desapropriações em março
Continua depois da publicidade
“Não estou satisfeito com o andamento das obras de SC”, diz Tarcísio Freitas
Novo cronograma da BR-470 revela onde a duplicação avançará em 2022