As famílias que ocuparam um terreno no Progresso, em Blumenau, nesta terça-feira (18), são de indígenas que há quatro anos viviam no antigo prédio do Centro de Saúde da Rua Itajaí. Elas deixaram o local depois que houve um desabamento no imóvel vizinho, onde ficava a Rede Feminina de Combate ao Câncer. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social disse que ofereceu um outro abrigo, mas as famílias teriam negado.
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A área de mata ocupada pelas duas famílias fica perto da Área de Instrução do 23º Batalhão de Infantaria do Exército, em Blumenau, no final da Rua Belmiro Colzani. Por ocorrerem treinamentos de tiro nas instalações militares, a ocupação é considerada de risco.
Na terça-feira, o Exército divulgou nota informando que encontrou no local dois homens, cinco mulheres e nove crianças. Segundo o texto, as famílias teriam compreendido o perigo e informado que sairiam da área “o mais rápido possível”.
Nesta quarta, uma equipe da Secretaria de Assistência Social visitou o terreno ocupado. O secretário Alexandre Matias afirmou que um abrigo foi oferecido às famílias, mas que elas teriam rejeitado o auxílio. Os indígenas estão acampados sob barracas de lona e dormindo em colchões numa pequena área de mata à beira da Rua Belmiro Colzani.
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Casa de passagem
Desde 2018, as lideranças indígenas reivindicam uma casa de passagem em Blumenau. Em setembro daquele ano, um grupo ocupou o prédio abandonado do antigo Centro de Saúde, no Vorstadt. O espaço serviria tanto a indígenas que estudam na cidade quanto aos que percorrem municípios vendendo artesanato.
Em setembro deste ano, pedras do Morro do Aipim atingiram o imóvel vizinho, onde funcionava a Rede Feminina de Combate ao Câncer, que teve de ser interditado. A entidade está de mudança para o prédio do Celp. A prefeitura arcará com o aluguel de R$ 15 mil.
Embora o Centro de Saúde não tenha sido diretamente atingido, os indígenas estariam com medo de novos desabamentos no local. Por isso a mudança para o Progresso. Na manhã desta quarta, ainda havia algumas pessoas ocupando o imóvel da Rua Itajaí, mas elas informaram que a maioria das família deslocou-se para a nova área.
A coluna tentou contato com a Funai em Santa Catarina, mas ainda não obteve resposta.
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