A Chapecoense deu um passo muito importante na luta pela recuperação financeira do clube, um trabalho que começou há três anos. Era um cenário bastante difícil que projetava uma dívida de R$ 200 milhões com credores. O caminho foi a Recuperação Judicial, dispositivo da lei que passou a estar ao alcance das Associações Desportivas, como os clubes de futebol.

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A Justiça Catarinense anunciou nesta terça-feira, dia 9, que o processo de Recuperação Judicial da Chapecoense estava encerrado:

“A Vara Regional de Falências e Recuperações Judiciais e Extrajudiciais da comarca de Concórdia, em sentença divulgada nesta semana, encerrou com sucesso o processo de recuperação judicial da Associação Chapecoense de Futebol. Essa medida representa um novo capítulo na vida do clube, que não corre mais o risco de falência, com o retorno à normalidade de suas relações comerciais.”

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Isso não quer dizer que a Chapecoense não tenha mais nada a pagar. A dívida global era de R$ 200 milhões. Com a Recuperação Judicial, a Chapecoense, com o deságio, conseguiu reduzir este valor para R$ 80 milhões. A direção do clube cumpriu nos últimos dois anos todos os pagamentos preliminares previstos no acordo com os credores. Agora restam apenas R$ 30 milhões que ficam diluídos pelos próximos 10 anos. Ao mesmo tempo, como ressalta a nota do TJSC, pelo cumprimento rigoroso das parcelas iniciais, a Chapecoense não corre mais riscos de pedidos de falência.

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Em conversa com o presidente da Chapecoense nesta quarta-feira, dia 10, Alex Passos, que foi o grande comandante desse processo, destacou uma palavra: austeridade. “Nestes últimos anos fomos muito criticados, mas a Chapecoense não gastou nada além do que podia gastar”. Passos estava se referindo às críticas em relação ao futebol e aos resultados dos últimos anos, quando a Chapecoense pagava a RJ e deixava de investir mais no time, que sofreu nas temporadas 2022, 2023 e 2024, lutando pra não ser rebaixado para a Série C nacional.

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A nota do Tribunal de Justiça de Santa Catarina traz detalhes do processo:

“O pedido de recuperação judicial foi feito em 24 de janeiro de 2022 e deferido em 3 de fevereiro do mesmo ano. O plano de recuperação judicial foi aprovado na Assembleia Geral de Credores em 2 de março de 2023. A homologação judicial ocorreu em 28 de abril de 2023. O documento apresentava o cronograma de pagamento dos mais de 800 credores listados. O montante da dívida era de R$ 79.709.875,06, composta principalmente de obrigações trabalhistas, fiscais, indenizatórias e operacionais.”

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Com o vencimento desta etapa, a Chapecoense se coloca à frente da concorrência local, podendo voltar a crescer, com novo fôlego financeiro. Avaí, Figueirense e Joinville seguiram o mesmo caminho com pedidos de Recuperação Judicial. O Avaí já teve a homologação e está pagando as primeiras parcelas. O Figueirense tem sua RJ sendo discutida novamente na Justiça Catarinense, esperando julgamentos de embargos feitos por ambas as partes durante este ano. E o Joinville tem muitas dificuldades para cumprir os pagamentos da RJ já homologada.