Por Renan Medeiros, interino*
Por unanimidade, a Câmara de Laguna decidiu cassar o mandato do vereador Antônio César da Silva Laureano, o "Tono Laureano" (MDB). O ex-parlamentar está preso há quase um ano, acusado de integrar uma organização criminosa que teria fraudado licitações na Prefeitura de Laguna. Ainda não há sentença quanto ao caso.
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Na noite dessa segunda-feira, os vereadores se reuniram para votar o relatório da Comissão Processante, instalada para apurar as denúncias contra o Laureano. O relator, Rodrigo Luz de Moraes (PR), leu o relatório que sugeria a perda de mandato por quebra de decoro parlamentar. O documento foi aprovado por todos os vereadores presentes à reunião.
A defesa de Laureano foi sustentada pelo advogado Luiz Carlos Rovaris, que falou por mais de uma hora.
— Não houve, ainda, por parte do Judiciário, o julgamento dessas acusações que o Ministério Público fez contra o vereador Antônio Laureano. Ele ainda não foi condenado e vem exercendo o direito de defesa no âmbito judicial — expôs o advogado. Ele argumentou que a presunção de inocência deveria prevalecer enquanto não há uma condenação da qual não caiba mais recursos.
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A suplente Nádia Tasso Lima (MDB), que já ocupava o lugar de Laureano, para a ser a titular da cadeira. Além de perder o mandato, Antonio Laureano, ficará inelegível por oito anos.
Laureano é alvo de uma operação deflagrada em novembro de 2017 que recebeu o nome de "Seival", em referência a uma das embarcações usadas por Giuseppe Garibaldi na Tomada de Laguna. A operação foi conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.
Segundo as investigações, o político fazia parte de uma organização criminosa responsável por frustrar o caráter competitivo de licitações mediante acerto prévio entre os "concorrentes". O vereador teria se licenciado do cargo em 2016 para assumir como secretário municipal e participou dos atos ilícitos para atender os interesses dos empresários envolvidos no esquema.