O coronavírus já espalha medo em todo mundo. Até no Brasil. Medo de contágio rápido e, então, proliferação intensa da doença fatal. Para o mundo dos negócios não basta precaver-se com máscaras. Se para as pessoas o temor é de morte, para os empresários é de queda abrupta e grande de negócios. A julgar a partir dos fatos da última semana, parece bem provável que ambas as possibilidades se concretizem. Infelizmente.

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O governo chinês já proibiu as pessoas saírem do país. Já foram identificados casos da doença em dez países asiáticos, da Europa e nos Estados Unidos. Vacina contra este mal só virá – se vier – daqui a três meses.

É tempo suficiente para o coronavírus se disseminar por todos os continentes. O que isso significa para atividade econômica? Significa um potencial desastre no curto prazo. Segmentos variados, como os da aviação, do turismo global e de comércio transnacional serão afetadas. O quanto ainda é preciso verificar.

Não é por acaso que as principais bolsas de valores da Ásia e da Europa já operaram em baixa forte na manhã dessa segunda-feira, dia 27 de janeiro. Como sabemos, o mercado financeiro age – e reage – às flutuações dos fatos econômicos e às decisões políticas. Aqui no Brasil não é diferente e a B3 começou o dia em queda importante. Como, por enquanto, não é possível antecipar a dimensão da evolução a doença mundo afora – apenas imaginar, à luz dos informes de autoridades médicas – nada indica que teremos boas notícias logo.

A China é, cada vez mais, parceiro relevante das empresas catarinenses e, então, grupos empresariais com negócios no exterior – e em especial naquele país asiático – têm motivos de sobra para se preocupar. As transações tendem a se reduzir, as compras e vendas internacionais deverão refletir este sentimento de cautela e recuo. Viagens para a China? Nem pensar. Como nem tudo é possível fazer via whats ou videoconferência, por consequência, a geração de riqueza deve diminuir, atingindo em cheio prognósticos anteriormente favoráveis à expansão econômica.

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Visão catastrofista? Certamente não. Basta lembrar que a China está construindo, dois hospitais unicamente para acolher e atender aos milhares de cidadãos infectados pelo coronavírus. Dois hospitais a serem erguidos em dez dias! Isso não é emergência?

Agentes econômicos atuam com a razão, e a razão impõe extremo cuidado, enquanto se aguarda mais e detalhadas informações sobre o que acontece globalmente. Neste cenário, não será nenhuma surpresa se as principais entidades empresariais no país – e de Santa Catarina idem – colocarem, em breve, na pauta das discussões, em reuniões, os efeitos práticos que o coronavírus pode ocasionar para as empresas. As próximas semanas dirão o contorno do que nos espera.