As feiras são oportunidades especiais e diferenciadas para conhecer e degustar vinhos, além de serem essenciais para que profissionais do ramo e entusiastas conheçam mais sobre a produção de diversas regiões, países e do mundo. Estes eventos também são vitrines para lançamentos e tendências, criando um espaço de interação e mostrando o que há de mais inovador e exclusivo no mercado.
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No entanto, estas feiras de vinhos vão muito além da simples exposição de rótulos. Participar de encontros como este permite que os profissionais conheçam de perto as histórias por trás das vinícolas, as técnicas de produção e as características de cada safra, com suas peculiaridades.
Em um só lugar, temos a oportunidade de conhecer quem produz, sua história e seus vinhos, por meio de workshops, masterclasses, degustações guiadas e nos estandes; tendo contato direto com quem faz o milagre acontecer — que conhece profundamente cada produto, suas características e peculiaridades — e, o mais importante, divide sua paixão e nos contagia com emoção, transformando cada experiência em algo único, exclusivo e muito pessoal. Isso confere um significado que extrapola a taça e se transforma em uma interação humana muito mais profunda, que aproxima, indo além do terroir, das castas, do método de produção ou da qualidade técnica, aflorando emoção e criando vínculos e conexões duradouras.
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A Wine South America aconteceu nos dias 06, 07 e 08 de maio deste mês, na cidade de Bento Gonçalves, com chancela da Vinitaly, reunindo mais de 400 expositores do Brasil e de 20 países, como Itália, Portugal, Chile e Argentina. Extremamente bem organizada, a feira separou os vinhos brasileiros por estado, para facilitar a localização e o acesso aos estandes. Os países também formaram blocos com seus vinhos. O resultado de todo esse trabalho foi impressionante: durante os três dias de programação, sete mil compradores passaram pelo evento e tiveram acesso a mais de 430 marcas nacionais e internacionais. A WSA foi palco de mais de duas mil reuniões, gerando valor superior a 100 milhões em negócios, confirmando sua vocação como plataforma de negócios para o mundo dos vinhos.
O maior produtor e exportador mundial de vinhos, a Itália, teve participação recorde no evento, consolidando-se como uma das protagonistas do cenário internacional da Wine South America. As marcas italianas presentes chegaram a 80, o que representa um aumento de mais de 100% em relação à última edição. Outro destaque foi a presença inédita do Wines of Portugal e da Região de Lisboa entre os expositores internacionais. Mais de 25 vinícolas portuguesas trouxeram a diversidade de terroirs com rótulos de várias regiões do país.
Nesta 5ª edição, o evento apresentou crescimento de 20% no número de expositores e contou com a presença de mais de 20 países. A participação de vinícolas brasileiras bateu recorde, ao reunir 200 marcas nacionais de terroirs como Serra e Campanha Gaúcha, Campos de Cima da Serra, Serra Catarinense, Vales da Uva Goethe, Cerrado Goiano, Vale do São Francisco, Serra da Mantiqueira e Brasília, que estreou este ano na feira.
A Miolo Wine Group é um dos expositores que participa desde a primeira edição da feira e aproveita a oportunidade para apresentar novos rótulos e promover eventos estratégicos. Neste ano, lançou três novos rótulos do seu Quinto Terroir, em Mendoza.
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A programação da feira contou ainda com a premiação dos vencedores da Grande Prova Vinhos do Brasil 2025, o maior concurso de vinhos brasileiros, realizado pelo Grupo Baco Multimídia, que premiou os vinhos de 51 categorias. O concurso chegou à sua 10ª edição, na qual foram avaliadas 1.007 amostras de 10 estados brasileiros.
Os presentes puderam conferir que a IA chegou também ao mundo dos vinhos, redefinindo os paradigmas da produção mundial. Entre as grandes novidades, estava o primeiro corte brasileiro criado com a ajuda de algoritmos de IA, da Vinícola Casa Tertúlia, localizada no Alto Uruguai gaúcho. O I.A. Corte Casa Tertúlia é um marco inédito na enologia brasileira. Utilizando análise físico-química dos lotes e dados de avaliação internacionais, a tecnologia desenvolvida pela vinícola é capaz de sugerir cortes ideais para otimizar a qualidade dos vinhos, aproximando os rótulos dos padrões mais premiados em competições globais. Os vinhos são produzidos de forma tradicional, e é no corte — que define a proporção de cada vinho — que atua a otimização pela IA, permitindo maior qualidade final.
História e tradição também são reverenciadas na WSA. A Casa Valduga, que se consolidou como uma das vinícolas mais renomadas do Brasil, lançou dois rótulos na feira: o Maria Valduga Nature e o Praeteritum. Além dos lançamentos, o Grupo Famiglia Valduga apresentou o documentário A Voz de Quem Faz, uma produção de sete capítulos que retrata a história e os pilares da marca. Por meio de imagens de arquivo, fotos, depoimentos e materiais históricos, a série percorre desde a chegada da família ao Brasil até a consolidação da vinícola como referência no setor, celebrando os 150 anos de imigração da Famiglia Valduga.
Enfim, foram três dias super intensos: inúmeros rótulos degustados, convites para almoços e jantares incríveis nas vinícolas, encontros com produtores — alguns que se tornaram amigos — e infinitos contatos com pessoas deste grande e maravilhoso mundo do vinho. Muita conexão e a comprovação de que este é um universo interminável, diverso e fascinante, que conecta e aproxima as pessoas — e pelo qual sou definitivamente apaixonada!
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Saúde!
Néa Silveira
@neasommeliere