Com o acesso à informação na palma da mão, facilitada, rápida e pronta, estamos a cada dia mais expostos à possibilidade de sermos levados a não pensar por nós mesmos e mais sujeitos ao famoso efeito manada, minimizando ou mesmo perdendo a capacidade de pensarmos por nós mesmos, avaliando as informações que chegam até nós com equilíbrio, ponderação, questionamento e sabedoria. Esta propensão de seguir ações, crenças e tendências sem refletir pode ser observada em diversos contextos, como decisões financeiras, religião, moda e mesmo em movimentos sociais e políticos.
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Quando uma pessoa observa muitas outras adotando determinado comportamento, ela tende a seguir o mesmo caminho, acreditando que o grupo deve estar certo. No entanto, esta conformidade pode levar a decisões irracionais e prejudiciais em muitos aspectos, inclusive saúde física e emocional. Promover a reflexão crítica e a autonomia pode ajudar a combater o efeito manada, permitindo que as pessoas tomem decisões mais informadas e conscientes. Por isso, devemos sempre procurar fontes fidedignas, sérias e independentes para nos posicionarmos com segurança e seriedade.
O principal responsável pelo efeito protetor do vinho para a saúde são os polifenóis, em especial o resveratrol. No corpo humano, estes compostos atuam principalmente no combate aos radicais livres, que são moléculas que causam o envelhecimento. As principais diretrizes de saúde recomendam o consumo moderado, que corresponde a uma dose diária de 150 ml de vinho para as mulheres e duas para os homens, como aliado ao benefício da saúde cardiovascular. Conhecendo os benefícios comprovados, podemos aproveitar o vinho de forma consciente e responsável, e a moderação é o caminho para desfrutar dos benefícios da bebida sem comprometer a saúde, pois o consumo excessivo de álcool pode trazer graves prejuízos para a saúde física e mental.
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Todos os alimentos naturais têm espaço garantido em um padrão alimentar saudável, inclusive uma taça de vinho. É o que afirma Jessica Ball, nutricionista e mestre em dietética pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, que destacou que consumir vinho à noite oferece benefícios à saúde. Tomando como base pesquisas científicas, a nutricionista ressaltou o que tende a acontecer com o corpo após a ingestão de uma taça de vinho no período noturno. Segundo a especialista, tomar a bebida produzida a partir de fermentação de uva ajuda a relaxar ao fim de um dia de trabalho, ou seja, contribui para a redução do estresse. Publicada em 2019, uma pesquisa da revista Neuropharmacology descobriu que o resveratrol, composto do vinho responsável por benefícios anti-inflamatórios, também possui efeitos antiestresse ao bloquear enzimas do cérebro que levam a comportamentos semelhantes aos da depressão e ansiedade.
Um dos efeitos de se sentir menos estressado é a melhoria do humor, conforme mencionou a mestre em nutrição. Ela ponderou que um estudo de 2018 analisou como a ingestão de vinho favorece a saúde mental. “O consumo moderado pode reduzir a depressão, proteger o cérebro e diminuir o risco de declínio cognitivo – todos os quais promovem a longevidade”, evidenciou.
Tomar uma taça de vinho também fornece vantagens para a saúde do coração devido aos compostos antioxidantes da bebida ajudarem a reduzir a inflamação e o estresse oxidativo. “Pode diminuir o risco de aterosclerose, doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral (AVC)”, afirmou Jessica Ball. A nutricionista frisou que o vinho também contribui para o equilíbrio dos níveis de colesterol e da pressão arterial. Sendo rica em antioxidantes, a bebida também auxilia na saúde intestinal, o que, consequentemente, gera efeitos positivos para a função imunológica. Vamos a alguns exemplos práticos, que sobrepassam opiniões e achismos, mas baseiam-se na observação empírica de populações longevas pelo mundo.
Na Sardenha, Itália, uma das regiões de maior concentração de centenários, até o brinde é especial. Se encontram às cinco da tarde todos os dias e, antes de beber seu copo de vinho, dizem: “A ken’anno – que você viva até os 100”.
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Outro paraíso, onde um terço de seus habitantes vive até 100 anos, apresentando um dos menores índices de doenças crônicas do mundo. Além da dieta mediterrânea, composta por alimentos frescos, gorduras saudáveis e muito azeite de oliva, o vinho está sempre presente na mesa, sendo degustado com moderação.
Como qualquer alimento, o consumo de vinho deve ser na quantidade recomendada anteriormente, para que seja mais aliado à sua saúde e bem-estar. Porém, a saúde também tem relação com outros hábitos saudáveis, tais como contato com a natureza, boa alimentação, atividade física, descanso, visão positiva da vida e alta sociabilidade.
Santé!
Néa Silveira
@neasommeliere