Uma das mais tradicionais redes de supermercados de Santa Catarina, com 38 unidades – algumas delas no Paraná –, enfim se rendeu ao atacarejo. Com a inauguração da primeira loja da bandeira Super A no Estado, na semana passada, o Angeloni passou a marcar presença no nicho do setor que mais cresceu nos últimos anos. A nova marca representa um caminho natural a ser percorrido e terá a mesma importância estratégica nos negócios que a bandeira que leva o nome do grupo, diz José Augusto Fretta, diretor-presidente da empresa.

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Em entrevista à coluna, Fretta revelou que os planos do Angeloni incluem ter ao menos cinco lojas no formato Super A até o fim do ano que vem. A estratégia inicial mira a conversão de alguns hipermercados que já existem – caso da loja de Blumenau, que marcou a estreia do grupo no atacarejo e contou com um aporte adicional de R$ 15 milhões. Florianópolis, Balneário Camboriú e o Paraná estão entre os primeiros candidatos a receberem os investimentos.

Confira trechos da conversa a seguir:

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Por que a empresa decidiu entrar nesse nicho agora?

A gente vem acompanhando de forma geral nos últimos anos uma transformação muito grande no comércio varejista de alimentos. Os atacarejos passaram a ter uma relevância já há um bom tempo. A participação de venda de muitas categorias importantes para o setor começou a se desenvolver muito nesse canal. O Angeloni tradicionalmente se manteve fiel à sua política inicial de qualidade em todos os sentidos. Só que em função dessa transformação toda que a gente vem acompanhando e estudando, o mercado viu que era hora de o Angeloni oferecer para os seus consumidores também essa proposta.

Como foi isso?

Mapeamos os inúmeros pontos que nós atuamos. Inicialmente a nossa ideia é trabalhar com conversão (de lojas). Aconteceu recentemente um movimento importante em São Paulo, de conversão de hipermercados para atacarejo. Foram movimentos vencedores, de outras bandeiras. Isso nos animou um pouco, já que é nossa primeira experiência no segmento. Escolhemos essa unidade aqui em Blumenau, que inauguramos como hipermercado em 1997. Temos aqui 22 mil metros quadrados de área total construída. Tudo foi convergindo para uma transformação de sucesso, e foi o que aconteceu. Os projetos foram idealizados na metade do ano passado e hoje (quinta-feira da última semana) a gente inaugura o primeiro Super A em Santa Catarina da bandeira Angeloni.

É um caminho sem volta?

A gente já vê no país todo muitos (varejistas) que entraram mais cedo ou mais tarde, e ainda não entraram. Mas a gente acredita que isso seja um caminho que a grande maioria das redes do nosso porte deve percorrer. Aqui em Santa Catarina, apesar de a gente ter um estado bastante ativo em relação a inaugurações e a oferta de lojas desse segmento, também existe uma coisa que sempre foi muito importante para o varejo, que é o ponto comercial. O Angeloni tem excelentes pontos comerciais, desenvolvidos já de longa data. Somos uma empresa de 65 anos. Essa experiência de hoje vai ser seguida de outros movimentos que já estão relativamente mapeados para o futuro de curto prazo.

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O plano é construir novas lojas da bandeira Super A, converter as que já existem ou as duas coisas?

As duas coisas. Em um primeiro momento, seria e foi mais rápido fazer a conversão. Os estudos que nós fizemos apontavam esse ponto aqui (em Blumenau) como muito positivo para um atacarejo. Por isso iniciamos, tudo é muito fundamentado. Temos outras duas unidades com muito potencial de conversão. A partir desse momento a tendência é que os próximos venham na sequência. Só vamos definir o timing disso.

Quais são essas outras duas unidades mapeadas?

Uma em Florianópolis e a outra, talvez, em Balneário Camboriú.

Construção de lojas novas, já com a bandeira Super A, está no radar também?

Está no radar. A gente tem um estoque de terrenos em Santa Catarina e no Paraná. Começamos a partir dessa nova experiência a testar e estudar se há oportunidades para explorar atacarejos nesses terrenos.

O plano de longo prazo é ter quantas lojas da nova bandeira?

Acreditamos que até meados ou final do ano que vem, talvez, a gente consiga estar com cinco unidades.

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Nesse movimento, a bandeira Angeloni continuará como principal aposta do grupo?

Acho que não dá para destacar uma principal aposta. Hoje o varejo de supermercados está muito segmentado em formatos. Temos um grupo de lojas menores, médias e grandes, que são os super e hipermercados, como são tradicionalmente classificados. Hoje a gente chega em um novo canal, um novo formato de loja, que é o atacarejo. Ele vai ter igual importância, destaque e foco na construção da nossa estratégia, seguramente.

Qual o investimento nessas cinco lojas Super A?

O investimento é relativo conforme o tamanho do empreendimento e da obra. A conversão tem um custo e o projeto que nasce do zero, outro. Ainda não temos um estudo definido a respeito disso.

O investimento na conversão da loja de Blumenau foi de quanto?

Aqui foram R$ 15 milhões.

Teve geração de novos empregos?

A gente procurou manter o quadro anterior. Algumas pessoas que trabalhavam aqui foram remanejadas para a outra unidade. Considerando empregos diretos e indiretos, acreditamos que vamos ter uma oferta ainda maior de empregos na cidade de Blumenau comparado com o que tínhamos no formato de loja anterior.

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O Angeloni tem hoje unidades em Santa Catarina e no Paraná. Com a criação do Super A, a ideia é expandir para outros mercados onde o grupo ainda não está presente?

A nossa estratégia continua sendo explorar os mercados de Santa Catarina e do Paraná. No Paraná já atuamos há bastante tempo, tem uma boa perspectiva de expansão lá com o formato de atacarejo também. Um dos imóveis que temos no Paraná está sendo estudado para isso. E em Santa Catarina, além das cidades onde a gente já atua hoje há bastante tempo, sempre se prospecta novas oportunidades. A expansão é muito dinâmica.

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