Um projeto de lei enviado na última sexta-feira (23) à tarde pelo governador Jorginho Mello (PL) à Assembleia Legislativa trouxe novos detalhes da engenharia financeira costurada para a tão esperada municipalização do Complexo Esportivo do Sesi em Blumenau. Já era de conhecimento que a negociação envolvendo Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), governo do Estado e prefeitura incluiria uma permuta de imóveis e uma provável compensação em dinheiro na troca. Agora os valores envolvidos se tornaram públicos.
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Na operação, o governo catarinense vai adquirir, a depois doar à prefeitura de Blumenau, as benfeitorias feitas pelo Sesi no terreno – como os ginásios e o estádio de futebol, por exemplo. Essa infraestrutura foi avaliada, no fim das contas, em R$ 43 milhões – mais do que os R$ 31,3 milhões aprovados pelo conselho nacional da entidade em julho de 2022. O Estado, porém, vai desembolsar na prática uma fatia pequena desse valor.
Nos termos do negócio, a Fiesc será contemplada com três imóveis que pertencem ao governo: um terreno de 28,7 mil metros quadrados em Joinville avaliado em R$ 23 milhões e outros dois lotes no Sapiens Parque, em Florianópolis, de 3,46 mil e 3,72 mil metros quadrados, avaliados, respectivamente, em R$ 7,12 milhões e R$ 7,5 milhões. Com isso, a entidade receberá em troca ativos que somam R$ 37,2 milhões.
A diferença para os R$ 43 milhões, que fica em R$ 5,7 milhões, é a que será efetivamente desembolsada pelo Estado no negócio. Pelo projeto de lei, esse pagamento poderá ser feito em até sete parcelas mensais.
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Aliás
A minuta do projeto de lei estava na mesa de Jorginho pelo menos desde o final de dezembro do ano passado. Mas o governador só encaminhou o texto para a Alesc por volta das 16h de sexta-feira (23), poucas horas depois de vir à tona a decisão judicial que proibiu o Metropolitano de disputar a Série B do Campeonato Catarinense em função de dívidas trabalhistas – o clube tenta reverter a situação.
Capitalizando
Foi o ex-prefeito Mário Hildebrandt (PL) quem deu o “furo” no último sábado (24) ao anunciar, pelas redes sociais, que o projeto de lei havia sido encaminhado por Jorginho à Alesc. Foi durante o governo dele que as tratativas para a municipalização do Complexo do Sesi avançaram. Mesmo fora do cargo, Hildebrandt ainda tem buscado colher dividendos de sua passagem pelo Executivo municipal.
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