Você já deve estar sabendo que a Sony anunciou o aumento do preço do Playstation 5. Caso essa informação não tenha chegado até você, não se preocupe, porque a medida não vale para o Brasil. Mas os jogadores do Japão, Europa, China, Austrália, México e Canadá, todos precisarão pagar mais caro pelo videogame.
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Como justificativa para esse aumento, a Sony citou a situação econômica global e a inflação. O engraçado é que a Microsoft e a Nintendo já anunciaram que não vão reajustar os preços do Xbox Series S ou X e do Switch, respectivamente. O que está rolando então? A inflação só afeta a Sony?
Claro que nada é tão simples assim. Entretanto, algumas situações recentes passaram pela minha cabeça enquanto lia essa angustiante notícia sobre aumento de preços.
Não foi a Sony quem anunciou a compra do estúdio Bungie por U$ 3,6 bilhões este ano? Também em fevereiro, a empresa informou que teve um lucro de U$ 10 bilhões nos três primeiros meses do ano fiscal dela.
Amigo jogador, esse cenário parece, para você, o de alguém que está sofrendo terrivelmente com a inflação? Como a Microsoft e a Nintendo não embarcaram no aumento, ficou meio feio para a Sony, não?
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E sabe o que ficou mais feio? Que toda a vez que você vai no supermercado, as coisas estão mais caras.
No Reino Unido, um dos países em que o preço do PS5 vai subir oficialmente, está rolando uma crise em que os britânicos não conseguem mais comprar casas, de tão caras que estão. Para completar, o gás subiu muito e vai ficar difícil para eles aquecerem os próprios lares nos meses mais frios, que estão chegando no hemisfério norte.

Alguém vai aparecer para dizer que, se tá tudo mais caro para todo mundo, também está para a Sony. Verdade. Porém, quando você reporta lucros de U$ 10 bilhões e a compra de um estúdio me parece que o consumidor ficou em segundo plano.
A consequência disso é que o Playstation 5 fica, cada vez mais, sendo um artigo de luxo. É claro que videogame não é essencial, como casas, comida ou gás para aquecer lares. Contudo, a mensagem que a empresa passa ao consumidor é que o PS5 não é para você. É tirar mais uma opção de diversão de quem não tem grana sobrando.
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Importante dizer aqui que o aumento não é astronômico. No Reino Unido, são £ 30. Na Europa, €50. Se você me perguntar o quanto esse reajuste vai diminuir as vendas do PS5, eu acho que não vai. Alguém que tem € 500 para pagar num videogame, vai economizar um pouquinho mais para chegar a € 550.
E isso leva, justamente, a uma perigosa razão para uma empresa aumentar o preço: porque ela pode e o consumidor vai comprar assim mesmo. Para não ficar um texto só criticando a Sony, vejam como a Nintendo raramente diminui os preços dos jogos dela no Switch, mesmo anos depois. Nunca vi Mario Kart 8 por menos de R$ 200. Por que ela diminuiria o preço? Os jogadores vão comprar assim mesmo.
Contudo, tem um fator. As empresas não existem em um vácuo. Se a pessoa não consegue comprar o PS5, ela pode adquirir um PS4, um Xbox Series S, um Switch. Se o jogador não tem como ficar pagando os preços da Nintendo, ela acaba tendo menos jogos, que é o que ocorre comigo, por exemplo, que não vou pagar R$ 300 no Luigi’s Mansion 3.
O aumento do PS5 provavelmente não vai diminuir as vendas do videogame. Porém, vai elitizá-lo mais ainda. Não sei a quem interessa isso, mas com certeza não aos jogadores.
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